Pela primeira vez, uma crise financeira global não afetou o apetite dos brasileiros de ir às compras. Em 2009 as famílias aumentaram seus gastos no varejo em 4,1% - um indicador que se repete positivo por seis anos consecutivos. O fôlego para gastar se explica pelo aumento da massa salarial (3,3%), pelas políticas de desoneração tributária e pela expansão nas operações de crédito (19,7%) contudo, 2010 não deve ser mais o ano do consumo: a política monetária deve subir os juros e, com isso, o crédito ao consumidor deve encarecer.
Na avaliação do economista Luis Otávio Leal, do banco ABC Brasil, o comportamento do mercado interno garantiu que a queda do PIB não fosse mais intensa. Para ele, as medidas de sustentação de renda do governo – como reajustes de Bolsa Família e de salário mínimo, acima da inflação – ajudaram a manter o setor de serviços, o que mais emprega, aquecido. O que acabou gerando um círculo virtuoso no mercado de trabalho, garantindo, como consequência, o consumo.