No Brasil, 45% das pessoas que resolvem abrir uma empresa, na verdade buscam um trabalho e uma fonte de renda. Ou seja: não tomam iniciativa porque têm espírito empreendedor, mas por necessidade. Os outros 55%, sim, montam um negócio porque vislumbram uma boa oportunidade de ganhar dinheiro. Esse foi o resultado de um levantamento realizado pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM), pesquisa global sobre atividade empreendedora, referente a 2009. A falta de talento – ou de preparo para empreender – leva muita gente a enfiar os pés pelas mãos. Abrir uma empresa e colocá-la em funcionamento é muito mais difícil do que pode parecer.
É preciso pensar em tudo, se quer ter férias, se tem disposição para trabalhar em qualquer horário. É preciso ver se as questões pessoais batem com as características da atividade, ensina o Sebrae.
Decidido o conceito do negócio, é hora de fazer o planejamento. Nesse momento, é preciso refletir sobre a localização, o processo de venda, como conseguir clientes, o que será feito para ocupar o mercado, quem são os fornecedores e os concorrentes, por que os clientes iriam à sua loja e não à do vizinho.
O professor da Fundação Dom Cabral (FDC) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Pedro Paulo de Oliveira Melo alerta que o ingrediente essencial para abrir uma empresa de sucesso é planejamento. “Perde-se menos desistindo em tempo do que levando adiante uma má ideia”, diz. Já para consolidar o negócio, ele aconselha o empreendedor a não ter medo de crescer, desde que os riscos sejam calculados. Em 2008, pela primeira vez na série de pesquisas GEM, o Brasil atingiu a razão de dois empreendedores por oportunidade para cada empreendedor por necessidade. Esse fato deve ser comemorado como o primeiro degrau de uma longa escada de desenvolvimento.