Revista O Empresário / Número 113 · Outubro de 2007
Pode até parecer uma piada de mau gosto, mas a história foi contada pelo ministro nomeado para o Tribunal Superior do Trabalho,Pedro Paulo Teixeira Manus. Seu colega na Justiça do Trabalho paulista, Aloísio Sampaio, foi o responsável pela ação que devolveu ao operário prejudicado o emprego perdido.
Dia desses, chegaram na mesma ambulância a um hospital em São Paulo, um louco apanhado nas ruas da cidade e um operário, que havia sofrido um acidente ao cair de um andaime numa construção. Na confusão hospitalar, os médicos operaram o louco- que faleceu- e encaminharam o operário para ser internado no manicômio. O operário já chegou ao hospital psiquiátrico dizendo: “ Sou Antônio, não sou Joaquim, não sou o louco”. Recebeu camisa de força reforçada.
A mulher do operário foi chamada ao hospital para levar roupas e sapatos para o enterro do defunto, supostamente seu marido. Quando chegou, viu que não era Antônio e alertou os médicos. Mas, a esta altura, o louco Joaquim já tinha sido enterrado com as roupas do operário. Com o mal entendido desfeito, o operário deixou o manicômio e se reapresentou ao trabalho, onde descobriu que fora demitido por abandono de emprego. Foi então que recorreu à Justiça do Trabalho e obteve, obviamente, sentença favorável à reitegração ao emprego, decidida pelo juiz Aloisio Sampaio.
Além de todo o inusitado e absurdo da história, o juiz Sampaio afirma nos autos que o mais curioso no caso foi que, mesmo de posse da sentença, que mandou inclusive pagar os dias em que esteve ausente do trabalho e outros direitos, o operário perguntou ao magistrado:
- Doutor, e quem vai pagar pelo terno e os sapatos, que eram do meu casamento e foram enterrados com o louco?