O casal Elias Germano Lúcio, de 35 anos, e Vanessa Gomes Lúcio, de 27, foi o primeiro do Estado da São Paulo a conseguir registrar o nome da filha - Sara - na certidão de natimorto, emitida pelo cartório de Barueri. O bebê morreu na barriga da mãe, com 37 semanas de gestação, e só teve o direito a ter o nome registrado graças às novas Normas de Serviços da Corregedoria – Geral de Justiça. Antes dessas normas entrarem em vigor, os natimortos não tinham o nome registrado na certidão (constava apenas o nome dos pais e a data do óbito). Isso provocava constrangimento nas famílias, que eram pegas de surpresa ao saber que bebê não poderia ter o nome registrado.
O vendedor Elias, pai de Sara, diz que sair do cartório com um documento no qual consta o nome da filha foi um alívio e deu uma sensação de conforto. Eles tinham tentado registrar o óbito de Sara, mas voltaram, por orientação da funcionária, que explicou as mudanças nas normas. “A gente já tinha perdido nossa filha, estávamos totalmente fragilizados. Agora, saímos do cartório com a sensação de que essa é mais uma conquista. O que parecia uma coisa tão óbvia, tão normal, antes era tratado como se o natimorto fosse uma coisa descartável”, desabafa Elias.