Trabalhar o negócio da porta para dentro. Esse é o grande desafio das micro e pequenas empresas, na visão do Sebrae. Significa, na prática, adotar estratégias inovadoras não só em produtos, mas também em gestão, com a melhoria de processos e qualidade de produtos e serviços, além da adoção de medidas sustentáveis que atendam as demandas e os custos da operação.
Em entrevista, o presidente do Sebrae Nacional, Luiz Barreto, fala como os investimentos de R$ 1 bilhão em inovação nos próximos três anos podem ajudar as empresas a ganhar competitividade.
Quais as áreas trabalhadas com o SebraeTec?
Barreto: Demos prioridade aos atendimentos em design, qualidade (normatização e avaliação de conformidade de produtos) e sustentabilidade (eficiência energética), sendo este o de maior expectativa de crescimento nos próximos anos, dado o aumento do mercado consumidor de produtos sustentáveis. Para viabilizar essas ações o Sebrae Nacional investiu R$ 70 milhões no ano passado. A meta é somar R$ 1 bilhão em investimentos até 2016. Garantimos subsídios de 80% do valor dos serviços contratados, cabendo às empresas assumir os outros 20%. Trabalhamos para que seja colocado em prática um mix de inovação de produto design, sustentabilidade e gestão de processos.
Também estamos investindo na área de certificação, origem e destino, pois as exigências de quem compra são cada vez maiores, independentemente de quem negocia: o governo, grandes players nacionais ou multinacionais.
Podemos afirmar que há um cenário favorável para as pequenas empresas investirem em inovação?
Barreto: As condições objetivas do mercado estão levando as pequenas empresas à inovação. O Sebrae não dá murro em ponta de faca, dobramos nossos esforços porque há ambiente favorável. Se falasse em eficiência energética há 10 anos, por exemplo, o discurso soaria quase que como uma pregação. Hoje, não.
Quais os grandes desafios das pequenas empresas quando o objetivo é inovar?
Barreto: Um dos esforços do Sebrae é colocar a inovação na pauta dos pequenos negócios e melhorar os serviços ofertados. Crédito é outro desafio, porque inovação, tecnologia e internacionalização custam.Há um esforço forte da Finep, do Ministério da Ciência e Tecnologia e do próprio Sebrae. Seria essencial que os fundos privados abraçassem a causa.