Revista O Empresário / Número 159 · Outubro de 2011
Descontentes com as instituições políticas tradicionais, os jovens brasileiros consolidaram a internet como instrumento alternativo para mobilização social, mostra pesquisa feita pelo Datafolha em parceria com a agência de publicidade Box. Para 71% dos entrevistados, é possível fazer política usando a rede sem intermediários, como os partidos. O dado revela um esgotamento do modelo tradicional de mobilização e impõe um desafio aos que pretendem assumir a representação dos jovens. “Eles pensam a política de forma menos hierárquica e mostram uma descrença em relação às instituições formais, como partidos ou governo”.
O sociólogo e ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirma que “a juventude se comunica diretamente”.
“Ela salta instituições. É preciso uma liderança que faça a ponte entre a sociedade e a necessidade de organização institucional.
A forma partidária chegou a um esgotamento e as demandas vão se expressar de uma nova forma. Há, no entanto, uma questão em aberto, que diz respeito a como a sociedade vai se organizar a partir daí. Marco Magri, um dos coordenadores da marcha da maconha e ativista de outros movimentos organizados pela rede, reconhece a “falência” do que chama de “política institucional”. “O descontentamento com esse modelo se reflete no tamanho das mobilizações que anônimos conseguem promover.”