De olho no enorme deficit de engenheiros num Brasil em crescimento, o Ibmec prepara-se para agregar uma politécnica à escola de negócios.
Vandyck Silveira
Quem é: Diretor-presidente do Grupo Ibmec Educacional.
Formação: Doutor em economia pela Claremomt Graduate University em Los Angeles
Que áreas do conhecimento serão prioritárias?
O objetivo é aproveitar nossa experiência consolidada em business, finanças, economia e administração para expandir as outras áreas, principalmente as engenharias. O Brasil tem um deficit de 3 milhões de engenheiros, considerando-se a demanda para os próximos dez anos e se o país continuar crescendo ao ritmo atual. Entre janeiro e outubro de 2010, foram emitidos 25 mil vistos de trabalho para estrangeiros altamente qualificados, sobretudo nas áreas de tecnologia e engenharia, o que é algo inédito, porque o Brasil é um país fechado.
Por que faltam engenheiros?
Parte do problema é a péssima qualidade do ensino médio e fundamental. Houve uma degradação do ensino, sobretudo nas áreas de matemática e ciências, exatamente as mais importantes na formação do engenheiro. Com essa base deficiente, muitos dos que passaram no vestibular não conseguem dar conta e desistem. Às vezes, a universidade tem de baixar o nível para que todos acompanhem., mas o engenheiro que essa universidade produz não serve para o mercado.
É importante ele ter mobilidade profissional?
O aluno precisa aprender a se movimentar em direção à demanda por seu capital humano. Os conhecimentos devem ser transferidos a qualquer área em que o profissional for atuar. Para isso, é importante ele desenvolver, por exemplo, o raciocínio lógico, que se aplica em todas as áreas. O empreendedor precisa buscar a plasticidade em sua formação, não pode ter a cabeça muito enrijecida em relação ao que quer fazer.