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Revista O Empresário / Número 151 · Fevereiro de 2011



Perfeccionismo é fator de risco para esta doença insidiosa, que ataca a motivação de gente que rala, sem distinção de cargos hierárquicos.

O “burn out”, termo que em inglês designa a combustão completa, está incluído no rol dos transtornos mentais relacionados ao trabalho. Foi a terceira maior causa de afastamento de profissionais em 2009, segundo dados da Previdência Social.

A síndrome é bem mais que “mero” estado de estresse, não pode ser confundida. Esse transtorno psíquico mescla esgotamento e desilusão. Pode ser desencadeada por uma exposição contínua a situações estressantes no trabalho.

A doença é gerada pela percepção de que o esforço colocado no trabalho é superior à recompensa. A pessoa se sente injustiçada e vai se alimentando, apresentando sintomas como depressão, fobias e dores musculares.

O “burn out” é um desalento profundo, ataca pessoas dedicadas demais ao trabalho, que descobrem que nada daquilo pelo que se dedicaram valeu a pena.

O estresse, compara Lipp, tem um componente biológico forte, ligado a situações em que o corpo tem de responder ao perigo. Já o “burn out” é um estado emocional em que a pessoa não sente mais vontade de produzir.

“Tem a ver com o valor depositado no trabalho”, diz Lipp. “Quem apresenta exaustão emocional, não se envolve mais com o que faz e reduz as ambições, pode estar sofrendo do transtorno.”

O diagnóstico não é fácil: a apatia gerada pelo “burn out” pode sugerir depressão ou síndrome do pânico.

Médicos, professores e policiais são grupos de risco, diz Duílio de Camargo, psiquiatra do trabalho ligado ao Hospital das Clínicas.
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