Revista O Empresário / Número 122 · Agosto de 2008
A taxa de inadimplência do crédito das pessoas físicas subiu ligeiramente em maio, para 7,3% o maior nível desde fevereiro do ano passado. Foi o segundo mês seguido de alta. em abril, a inadimplência - dívidas vencidas há mais de 90 dias - foi de 7,1%, e, em março, de 6,9%. As dívidas vencidas há menos de 90 dias são classificadas pelo BC como “atrasos”.
Philip Wagner, economista do Unibanco, acredita que a indaimplência vai crescer mais no segundo semestre. Ele calcula aumento para 7,6% até o final do ano. Ele faz a projeção comparando a taxa de crescimento do crédito de pessoas físicas, com o aumento do rendimento da população, calculado pelo IBGE.
“Quando o crédito se acelera muito mais rápido que a renda da população, é sinal de que a inadimplência vai subir alguns meses à frente. Leva até nove meses para isso surgir nas estatísticas do BC”, diz Wagner.
Nos 12 meses encerrados em maio, o crescimento do volume de crédito da pessoa física foi de 32,1%.A renda nominal da população cresceu 8,4% nos 12 meses encerrados em abril. A diferença é muito grande entre o aumento de crédito e da renda. Mas não é de todo uma má notícia. Quando a inadimplência dá sinais de alta, os bancos restringem um pouco a oferta. É uma forma de controlar o crescimento.