Revista O Empresário / Número 122 · Agosto de 2008
Foi assim, meio que por acaso, que uma das mais famosas bebidas do Brasil, a pinga, surgiu no mercado. A história, contada de boca em boca, remete aos escravos que trabalhavam nos canaviais do país.
Para se obter o melado da cana, os escravos tinham que mexer incessantemente o caldo formado pela matéria-prima até que este ganhasse consistência. Um dia, cansados, os escravos pararam de mexer o caldo e esse melado desandou. Para não serem castigados, eles esconderam o caldo, que no dia seguinte já estava azedo, ou melhor fermentado. Para não serem punidos, os escrvaos pegarm esse caldo azedo, adicionaram ao melado novo e continuaram mexendo ao fogo.
Mal sabiam eles que esse caldo azedo era o álcool, que levado ao fogo evaporava-se no teto dos engenhos e pingava nas costas dos escravos. Daí, o nome pinga. Quando a pinga batia nas costas desses escravos, marcadas por chibatadas, ardia. Daí o nome aguardente. Quando essa pinga caía no rosto dos escravos e escorria até a boca, eles percebiam que essa “goteira” dava uma sensação de alegria e começaram a repetir o processo. Vale registrar que o processo de destilação de álcool já era conhecida pelos egípcios e que as bebidas destiladas já eram obtidas a partir de outras matérias-primas.