O cansaço que sentimos no final do dia tem tudo a ver com a quantidade de informação que chega até nós. E também com as decisões que precisamos tomar. A ciência descobriu que a energia gasta para decidir algo, seja determinante ou trivial, é a mesma. Ou seja, não importa se você está escolhendo uma roupa ou o melhor investimento para o seu dinheiro, o cérebro não faz essa distinção.
"Embora a maioria de nós não tenha dificuldade em relativizar a importância das decisões, o cérebro não faz isso automaticamente", escreve o neurocientista Daniel J. Levitin, autor do recém-lançado A Mente Organizada (Objetiva, R$ 59,90). "É como se nosso cérebro fosse configurado para tomar um determinado número de decisões por dia, e, chegando a esse limite, não pudéssemos decidir qualquer outra coisa".
Em seu livro, o autor americano ajuda a organizar a nossa vida para que mensagens de celular, notícias na internet, vídeos no Facebook não roubem todo o nosso tempo. Ele lembra que em um dia normal recebemos informações equivalentes a 174 jornais, cinco vezes mais que em 1986! Sua proposta é criar mecanismos para ajudar a nossa cabeça a se manter organizada. E, assim, sobrar tempo para não pensarmos em nada (o que nos torna mais criativos) e para gastar energia com o que é realmente útil. Confira três dicas infalíveis.
Faça uma coisa de cada vez
A capacidade de fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo ganhou um nome pomposo: multitasking. Mas será que o resultado é mesmo tão bom? Conseguimos realmente absorver o conteúdo de uma aula quando estamos ligadas no Whatsapp? A resposta é não. Seu cérebro escolhe aquilo que acha importante.
"Alternar sua atenção de uma tarefa para outra exige mais energia. Focar exige menos. Isso significa que as pessoas que organizam seu tempo de modo a permitir a concentração não só produzirão mais, como ficarão menos cansadas". E, não se culpe, pensar em outras coisas enquanto está tentando se concentrar faz parte do processo. "Concentrar e devanear ajuda a recalibrar e restaurar o cérebro. Fazer muitas tarefas ao mesmo tempo, não".
Defina um lugar certo para a chave, a bolsa, a carteira...
Seu tempo é muito precioso para ser gasto numa irritante caça a um objeto perdido dentro de casa. Por isso, siga "a regra do lugar próprio". Ter um lugar específico para coisas que usa com frequência pode "atenuar o fardo mental de nos mantermos informados de onde eles se encontram". Ou seja, guardar tudo em seu devido lugar evita que você fique pensando, antes mesmo de chegar em casa, onde enfiou aquela bolsa. Para economizar tempo, o autor também sugere termos coisas duplicadas. Por exemplo, se você usa a tesoura na cozinha e no escritório, por que não ter uma em cada lugar?
Organize a sua lista de amigos
Além do fluxo de informação aumentou também o número dos nossos contatos. Seja por amizade, razões históricas (velhos amigos do colégio) ou interesse profissional, nunca mantivemos contato com tanta gente. O autor ouviu profissionais bem-sucedidos para colher seus métodos. Um deles, advogado, inclui em sua agenda informações como a última conversa que teve com fulano, de onde o conhece, quem o apresentou. Para o autor, não se trata de burocratizar as relações "mas organizar a informação que você possui para permitir que essas interações sejam emocionalmente mais significativas".
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