Aperfeiçoar a redação não deve ser uma preocupação exclusiva de vestibulandos, concurseiros ou profissionais de comunicação.
Afinal, pessoas capazes de escrever de forma clara e objetiva, em bom português, são procuradas e valorizadas em qualquer área de atuação - até a mais técnica.
A qualidade da comunicação no trabalho é diretamente proporcional à produtividade, afirma Rosângela Cremaschi, professora de comunicação escrita da FAAP e consultora de comunicação empresarial da RC7.
Textos confusos, prolixos ou repetitivos acarretam perda de tempo - o que, no limite, significa prejuízo financeiro para o seu empregador.
Um efeito mais subjetivo, mas não por isso menos grave, diz respeito à sua reputação profissional.
Você já pensou no número de pessoas com quem você entra em contato apenas por escrito no trabalho? Se a sua redação é ruim, a sua imagem perante os outros provavelmente não é muito diferente disso.
“E-mails mal escritos, por exemplo, podem prejudicar muito a forma como um profissional é visto por seus pares, e até como a sua empresa é percebida pelo mercado”, diz Fabiano Ormaneze, consultor de redação do CPDEC (Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Educação Continuada).
Não quer passar vergonha? Veja a seguir 7 problemas muito frequentes em textos empresariais - e como extingui-los da sua comunicação daqui para a frente:
1. Erros de concordância
Você já recebeu um e-mail que começava com a frase “Segue anexo os modelos…”? Segundo a professora Rosângela, muitos profissionais se atrapalham com a concordância verbal (o correto seria “seguem”, no exemplo dado) e nominal (o certo é “anexos”). Outro erro frequente é flexionar no plural os verbos “haver” (quando o sentido é o mesmo de existir) e “fazer” (no sentido temporal), como em “Fazem dois dias” e “Houveram processos”. A norma culta indica o uso de “faz” e “houve”, respectivamente.
2. Pontuação incorreta
Vírgulas e pontos finais não são enfeites: eles são ferramentas básicas para construir o sentido de um texto. Apesar disso, o mau uso desses sinais é um problema crônico em textos corporativos. “Um erro grave e comum é colocar vírgula entre sujeito e predicado, ou entre o verbo e seus complementos”, diz Rosângela.
3. Prolixidade
Se você não planeja o que vai escrever, há um risco grande de se atrapalhar e dar muitas explicações sobre detalhes irrelevantes. A dica do professor Fabiano é parar para refletir sobre o objetivo da sua mensagem antes de começar a digitar. Além disso, prefira frases curtas para economizar o tempo alheio e reduzir o potencial de mal-entendidos.
4. Termos obscuros
Siglas, jargões, nomes técnicos, expressões em inglês - todos esses elementos precisam ser eliminados do seu texto se o seu receptor não tiver familiaridade com eles. A recomendação é especialmente importante para a comunicação entre áreas ou departamentos diferentes, diz Fabiano, já que que os interlocutores podem não ter o mesmo repertório.
5. Uso inadequado do vocabulário
Para evitar gafes e equívocos, é obrigatório ter certeza do significado ou da grafia de uma palavra antes de incluí-la na sua redação. De acordo com Rosângela, há muita confusão entre as expressões “estar a par” e “estar ao par”, por exemplo. Enquanto a primeira significa “estar ciente”, a segunda indica equivalência entre duas moedas.
6. Falta de sequência lógica
Para a professora Rosângela, um texto só é coerente quando conta com começo, meio e fim - sem contradições ou mudanças bruscas do pensamento. A lógica da sua mensagem também depende de palavras ou expressões que estabeleçam a transição de ideias, tais como pronomes, advérbios e conjunções.
7. Redundâncias
Por mais que você deseje enfatizar uma informação, é bom tomar cuidado com repetições e pleonasmos. Além de desperdiçar o tempo do leitor, esse tipo de deficiência pode depor contra a sua imagem profissional. “Erros como esse, assim como falta de acentos ou erros de digitação, não comprometem tanto a mensagem, mas prejudicam a sua reputação e também a do seu empregador”, afirma Fabiano. notícias da mídia Notícias veiculadas na mídia impressa