Após os 40 anos, o estômago do ser humano passa por algumas mudanças estruturais e isso pode gerar uma gastrite. “Essa inflamação causa dores e uma sensação de queimação muito desagradável que, se não tratada, pode evoluir para uma úlcera. Por isso, não devemos nos acostumar com essa dor, mas dar a ela a devida atenção para que o problema não se agrave”, explica Giovana Morbi, nutricionista clínica e ortomolecular, especialista em nutrigenética e nutrigenônica.
Por isso, fique atento aos seguintes sintomas:
· Eventuais náuseas;
· Dor e desconforto no estômago;
· Sensibilidade estomacal;
· Queimação;
· Mal-estar.
Alimentos que previnem
Fazer algumas mudanças simples na alimentação e no preparo dos alimentos pode fazer a diferença e ajudá-lo a prevenir esse incômodo.
Incluir mais alimentos frescos na dieta, como frutas, verduras e legumes é um dos importantes passos para prevenir a gastrite. “Isso melhora a saúde do trato gastrintestinal. Diversas doenças seriam facilmente prevenidas se priorizássemos o cuidado com a alimentação”, explica Morbi. A nutricionista recomenda o consumo de duas a quatro frutas por dia, entre maçã, banana, pêssego, pera, uva, melão e kiwi, que ajudam a equilibrar a acidez estomacal.
O consumo de brócolis, couve-flor, couve de Bruxelas, repolho e rabanete também ajuda no combate à bactéria Helicobacter pylori, uma das principais causadoras da gastrite. Já a couve crua e o gengibre são aliados para combater a acidez. “O gengibre possui ação anti-inflamatória. O óleo de coco também é muito bom no tratamento nutricional da gastrite, já que possui ação bactericida e antifúngica”, salienta.
Aprecie com moderação
Em compensação, evite consumir em excesso carnes, ovos, leite e derivados e frituras, pois tudo isso aumenta a produção de ácido gástrico. Mascar chicletes frequentemente também afeta a mucosa do estômago. Açúcar refinado, refrigerantes e bebidas gaseificadas são outros vilões, porque colaboram para aumentar a irritação e as inflamações no estômago. “Evitar alimentos altamente processados, como biscoitos e salgadinhos, é fundamental para evitar problemas estomacais e intestinais”, complementa a nutricionista.
Jaime Zaladek, gastroenterologista do Hospital Israelita Albert Einstein e professor de gastroenterologia da Escola Paulista de Medicina (UnifeSP), também pontua formas de prevenir e tratar a doença. Uma delas é higienizar bem os alimentos, para eliminar a Helicobacter pylori, umas das poucas bactérias que consegue viver na parede do estômago.
“Com cuidados simples, como evitar o consumo abusivo de álcool, higienizar e cozinhar adequadamente os alimentos, saber da procedência dos produtos alimentícios que consome e usar de forma consciente medicamentos, é possível evitar o surgimento de gastrites”, revela Zaladek. O médico reforça que o uso excessivo de anti-inflamatórios e medicamentos derivados de aspirina são outra causa comum desse mal. Mais uma prova de que prevenir é sempre melhor do que remediar.
É importante reforçar que cada organismo é único e, por isso, todo caso de gastrite sempre deve ser tratado com acompanhamento médico. Lembre-se de que quanto antes souber a origem do desconforto no estômago, mais rápida será a recuperação. Hoje, o procedimento cirúrgico é restrito apenas a casos extremos – a maioria dos tratamentos está na mudança de hábitos.