Os smartphones têm se transformado na "extensão da memória dos usuários". E quem diz isso é uma pesquisa recente feita pela Kaspersky, que reconheceu a existência da chamada "amnésia digital". Passamos a esquecer informações que foram confiadas aos dispositivos, mas isso tem tornado as pessoas cada vez mais dependentes da tecnologia, como explica Fabio Assolini, analista de segurança da empresa.
O estudo --realizado com 6.000 consumidores com 16 anos ou mais em seis países europeus-- encontrou evidências de amnésia digital em todas as faixas etárias, e proporcionalmente iguais entre homens e mulheres. Mais da metade dos adultos disseram que poderiam ligar para o número de telefone da casa onde moravam quando tinham 10 anos de idade, mas não para seus filhos (53%) ou para o trabalho (51%) sem antes consultar o número no celular. Cerca de um terço não conseguiu ligar nem para o namorado usando apenas a memória.
"Descartamos de nossas memórias toda informação que pode ser armazenada num smartphone pessoal, que está sempre ao alcance das mãos. Hoje, as pessoas não guardam mais números de telefone justamente porque a tecnologia nos facilitou o acesso a essa informação", relatou Assolini. Mas será mesmo que esses dispositivos estarão sempre à sua disposição? Já imaginou o que faria caso o perdesse ou se ele quebrasse?
Essa repórter aqui, por exemplo, teve o smartphone roubado em plena avenida Paulista --uma das principiais vias de São Paulo. Como avisar a mãe que a aguardava para uma carona? O problema não era nem a falta de telefone --já que havia um orelhão muito próximo do local--, mas sim o desconhecimento do número do celular da própria mãe. A solução foi ligar para o telefone residencial da família e contar com a ajuda do irmão para intermediar o contato. Que situação...
Se você não quer ser um refém do smartphone, veja aqui algumas precauções:
4 precauções diante da amnésia digital
Mantenha o backup do celular sempre atualizado.
Para garantir a segurança seus dados em caso de acidentes, é importante ter um backup do smaprtphone e mantê-lo atualizado, segundo João Carlos Fernandes, professor de engenharia do Instituto Mauá de Tecnologia. "A computação em nuvem automatizou esse processo." Vale desde o backup oferecido pelos sistemas operacionais --iCloud e Google Cloud-- como o uso de apps como Dropbox e Lookout
Memorize dados primordiais em momentos de emergência
Lembre-se! Em momentos de emergência nem sempre é possível acessar o smartphone, tampouco o backup. Portanto, Fernades orienta que os usuários memorizem telefones de pessoas próximas, bem como dados pessoais importantes, entre eles o tipo sanguíneo. "Nem sempre as pessoas sabem essa informação, que é mais do que primordial na necessidade de uma transfusão de sangue", afirma o professor.
Proteja suas memórias
A proteção dos dados, segundo Assolini, inclui o uso de antivírus para impedir que um trojan ou aplicativo malicioso roube suas senhas e seus dados. Outro item é manter o aparelho protegido com senha ou, em caso de dispositivos corporativos, adotar criptografia dos dados. "A proteção ainda o uso de rastreador e de recursos de wipe [apagar os dados do perfil remotamente] em caso de roubo ou perda"
Não identifique os contatos da agenda pelo grau de parentesco
Mesmo diante de todas as medidas de proteção, como aponta Fernandes, é preciso lembrar que há sempre uma maneira de os criminosos burlarem essa segurança e acessarem as suas informações. "Evite, portanto, registrar os nomes dos seus contatos pelo grau de parentesco --mãe, pai, amor, chefe--, tampouco lembretes como minha conta, minha senha... Essas informações abrem brechas para trotes e golpes"
(Larissa L. Baroni) notícias da mídia Notícias veiculadas na mídia impressa