O termo “Engenharia Simultânea” vem sendo utilizado há anos com significados diferentes, porém, complementares. Também é chamada de Engenharia Concorrente e desde o início dos anos 80 vem recebendo muita atenção, sendo que ao final desta década esta atenção se intensificou devido ao desenvolvimento alcançado na produção da indústria automobilística japonesa e seu conseqüente sucesso no mercado americano.
O desenvolvimento de produtos é tradicionalmente realizado baseado em projetos independentes e com planejamento estabelecido em etapas, o que, inevitavelmente, apresenta uma complexidade de informações geradora de um burocrático processo desenvolvimentista que não agrega valor e oferece de maneira constante, atrasos e retrabalho.
Assim, com o objetivo de se diminuir desvantagens e otimizar resultados no processo de desenvolvimento, a engenharia simultânea surge apresentando ações na sua realização.Uma das primeiras iniciativas foi o de se aumentar o grau de sincronismo nas atividades de desenvolvimento através de grupos multifuncionais, com ênfase na realização simultânea das tarefas de projeto e planejamento de processo.
O teor dessa iniciativa é de que atividades, que anteriormente eram iniciadas somente após o término e a aprovação das atividades anteriores, passassem a ser antecipadas de forma que seu início não dependesse dos burocráticos e lentos ciclos de aprovação( além disso, ciclos de aprovação não agregam valor ao produto). Para isso, os projetistas e processistas deveriam trabalhar em um mesmo time. Desde então, esse conceito vem evoluindo e apresentando resultados satisfatórios, se firmando e crescendo em aplicabilidade.
Mas temos que considerar alguns pressupostos no processo de engenharia simultânea que, devido ao seu aspecto dinâmico e interativo, exige suas contrapartidas para o alcance dos resultados. Primeiramente, é necessária a visualização clara das fases envolvidas e, principalmente, da existência de um perfeito fluxo de informações entre essas fases de desenvolvimento.
Em segundo lugar, deve-se estabelecer um perfeito estado de organização entre as pessoas envolvidas nas fases identificadas. Sem esta prerrogativa, as informações não alcançarão os grupos de colaboradores distribuídos nas citadas fases no momento adequado e de forma precisa. Para estas necessidades, a cada dia podemos contar mais com a ajuda tecnologia da informação, que acelera e facilita a disponibilidade de comunicação no meio corporativo.
Porém não é correto dizer que só a ajuda da T.I. irá resolver tudo e conduzir os processos da engenharia simultânea com eficácia, até porque, para que se possa atingir a interação entre as equipes e se obter um eficaz modelo de comunicação, será necessária a existência de uma liderança proativa e estratégica.
Há muito ainda para se falar sobre este tema, que envolve uma sistemática diferenciada e racional que embora não seja tão recente, vem merecendo a cada dia maior atenção por parte das empresas, mais especificamente, da indústria, na busca por melhores soluções e resultados.
Em breve voltaremos ao assunto e abordaremos mais claramente suas técnicas e contribuições. Luiz Antonio Farina Dias , Consultor Empresarial. Engenheiro, Economista. Pós Graduado em Gerência Empresarial pela FACESM. Pós Graduado em Qualidade e Produtividade pelo Departamento de Engenharia de Produção da UNIFEI. Mestre em Engenharia de Produção pela UNIFEI. Professor Universitário. Para falar com o autor, use o e-mail luizfarina@bol.com.br
