O interessante é que no meio empresarial, essa confusão não acontece somente com os patrões, diretores e gerentes, mas é muito comum também entre os seus comandados diretos e indiretos.
Digo isso em função de que, autoridade e autoritarismo, embora sejam palavras com alguma semelhança em termos de grafia, têm significados diferentes, e para muitos empresários e profissionais com cargos de chefia, essa diferença não existe. Pra falar a verdade, em muitos casos não se trata de mera confusão, e sim, falta de condições técnicas e de preparo para exercer a liderança junto ao seu grupo, e assim obter a autoridade necessária e producente.
O líder pleno é aquele que mantém toda a sua equipe em perfeito estado de harmonia e satisfação no ambiente de trabalho. Como a autoridade é uma qualidade que está diretamente ligada à liderança, cabe a este manter os subordinados envolvidos nas ações e decisões da empresa, enxergando a equipe como reais parceiros de trabalho. Desse modo, sem imposição de ideias e sem fazer valer apenas a condição de chefe ou proprietário, a autoridade existirá de maneira natural, e todos farão questão de contribuir e de maximizar os resultados em seus setores e nas suas funções.
O constatado nessa relação profissional, ou seja, entre chefias e equipes de trabalho, é que os que adotam o autoritarismo conseguem desagregar o grupo, desmotivá-lo e gerar o clima de pânico na empresa. Já na forma de dar as ordens, de determinar e cobrar metas, já se percebe as limitações e inseguranças daqueles que estão à frente dos funcionários. Consequentemente, a produtividade e os resultados finais em empresas onde o autoritarismo é utilizado, certamente serão os mais baixos e comprometedores.
Por outro lado, é necessário dizer que para obter autoridade não significa que o “Chefe” deva ser o “bonzinho”, aquele que tudo perdoa e não fica exigindo e cobrando nada de ninguém. Não é isso. Existem, e muito, os momentos de ser firme, de cobrar os resultados esperados, mas, de maneira positiva e que traga o envolvimento de todos.
Liderança proativa significa, na sua essência, ensinamento, apoio, orientação, acompanhamento e valorização. Com esse modelo sendo aplicado, a autoridade é conseqüência natural.
Como disse no início de nossa conversa de hoje, ocorre também a má interpretação da questão da autoridade aplicada. Alguns colaboradores podem confundir com autoritarismo ou tirania, a forma como se comportam alguns chefes ou empresários. Nessa situação é necessário que fique muito bem identificada a questão das características pessoais.
Há de se analisar alguns detalhes como, tom de voz, temperamento e outros pontos que podem confundir ou distorcer perfis. Quantas vezes já não ouvimos algo como: “Eu fazia outra idéia dessa pessoa” ou “Ele parecia ser tão bravo”? Isso acontece muito e não podemos confundir e tomar como característica sem antes conhecer e conviver com a pessoa, não é mesmo?
Mas, será que também atribuir ao chefe uma característica negativa, não seria uma arma para desculpas de alguns erros ou omissões por parte de alguns colaboradores?
Comportamento assertivo, ética e honestidade de conduta, são elementos necessários para ambos os lados.
Esse tema é emblemático e merece que voltemos a ele em breve com mais considerações e pontos a serem discutidos e devidamente avaliados.
Um forte abraço.
Luiz Antonio Farina Dias , Consultor Empresarial. Engenheiro, Economista. Pós Graduado em Gerência Empresarial pela FACESM. Pós Graduado em Qualidade e Produtividade pelo Departamento de Engenharia de Produção da UNIFEI. Mestre em Engenharia de Produção pela UNIFEI. Professor Universitário. Para falar com o autor, use o e-mail luizfarina@bol.com.br