O estilo de administrar uma empresa e, consequentemente, de administrar pessoas, já há muito tempo vem sendo discutido por estudiosos do assunto e, por conta das pesquisas e observações a respeito, vem apresentando direcionamentos mais coerentes e produtivos.
Nós sabemos que o sucesso de uma organização, seja do segmento de comércio, da indústria ou de serviços, está diretamente ligado ao estilo utilizado na administração e gestão de pessoas, ou melhor, das pessoas que compõem esta organização. Esse se constitui no ponto mais emblemático nas relações entre seus patrões e colaboradores e que de uma forma, até certo ponto despercebida, rege e direciona os seus destinos.
Podemos perceber uma evolução no que diz respeito aos sistemas administrativos se tomarmos como referência os modelos comuns de vinte, trinta anos atrás, com os que são mais usuais na atualidade. Devemos deixar claro que essa evolução a qual estamos nos referindo não retrata uma situação definitiva e totalitária, pois ainda percebemos, embora de maneira mais tácita, vestígios de condução empresarial ainda calcada em atitudes e processos rígidos e desfavoráveis ao pleno desenvolvimento.
No caminho evolutivo mencionado acima, destacamos o da autocracia e de coerção, onde a comunicação com os colaboradores inexiste e todas as decisões são tomadas pela direção da empresa, sem que haja a possibilidade de opinião e discussão por parte de subordinados. As relações humanas nesse caso são com base na ameaça e total falta de recompensas e reconhecimentos.
Em seguida, há uma evolução no sistema com a adoção de um procedimento entre as partes mais consultivo, onde a comunicação sensivelmente evolui e que permite com que os colaboradores passem a ter a oportunidade de discutir idéias e andamentos de trabalho com superiores hierárquicos. Assim, as decisões gerais são tomadas pela direção e chefias, mas, permite a abertura de uma comunicação ascendente e descendente através de uma comunicação mais aberta. Já nesse processo, a valorização de colaboradores acontece e surgem as recompensas, fruto de uma apuração de desempenho mais apurada e de uma maior aproximação entre chefias e pessoal da força de trabalho.
Caminhamos para o sistema mais participativo, que apresenta um estilo de administrar mais aberto e onde se percebe uma maior confiança e interação com os colaboradores. A comunicação é ampla e as discussões entre direção e subordinados são bem vindas, de forma horizontal. Outra característica desse estilo de gestão é a motivação concebida por meio do alto reconhecimento de desempenho e compensações econômicas e funcionais.
Esse modelo se constitui no mais democrático entre todos e onde se percebe, por conseqüência, uma maior produtividade e desenvolvimento para as empresas que dele se utilizam.
Temos que considerar, entretanto que, a adoção desse modo de gestão tem de ser feita com base na ampla exposição de idéias, planos e, sobretudo, com a existência de regras e normas previamente estabelecidas, para que não se transforme em uma rede de desmandos e interferências descabidas entre setores internos.
Também é muito importante, e que fique bem claro, que a passagem de um estilo de gestão com base no sistema rígido e centralizado para um sistema mais aberto e com amplitude de comunicação, deve ser muito bem conduzida e de forma gradativa. A chance de se criar uma confusão administrativa, com a precipitada transformação interna, é enorme, e ai o que deveria se constituir num ganho e modernização empresarial, pode se transformar numa bela dor de cabeça.
Terminando, no momento e na economia atual, fica evidenciado a necessidade de se praticar um modelo de gestão que privilegie as potencialidades, valorize as idéias e a criatividade de todos e que, acima de tudo, crie um clima organizacional proativo, desenvolvimentista e moderno. Um trabalho real de equipe e a interação respeitosa, criteriosa, mas, aberta, são artifícios imprescindíveis ao sucesso de qualquer organização de hoje.
Sucesso e força a todos.
Luiz Antonio Farina Dias , Consultor Empresarial. Engenheiro, Economista. Pós Graduado em Gerência Empresarial pela FACESM. Pós Graduado em Qualidade e Produtividade pelo Departamento de Engenharia de Produção da UNIFEI. Mestre em Engenharia de Produção pela UNIFEI. Professor Universitário. Para falar com o autor, use o e-mail luizfarina@bol.com.br