Quantas vezes já não ouvimos falar de falhas em empresas e suas conseqüências? Também não é comum depararmos com situações constrangedoras de patrões ou gerentes chamando a atenção de funcionários? Pois bem, eu sempre me vejo diante de manifestações assim nas empresas por onde passo e, sinceramente, fico muito aborrecido em quase todos os casos.
O que me aborrece nestas situações é o fato delas apontarem uma sucessão de erros e falhas cometidas. Se a gente olhar friamente e de modo imediatista para estas situações, com certeza, vamos dizer que o funcionário realmente cometeu um erro grosseiro, ou deixou de agir desta ou daquela maneira, portanto, merecendo a repreensão de seu patrão ou de seu chefe direto. Mas, com olhar mais profundo, tentando enxergar a origem de tudo, vamos entender que o problema foi causado pelo funcionário, mas, devido a comportamentos distorcidos de sua chefia imediata.
O grande erro, normalmente observado nas empresas, é o cometido por seus líderes, ou seja, quando seus proprietários e gerentes tentam remendar situações, isto quando ainda tentam remendar. Falo isso devido ao fato de muitos empresários ou gerentes utilizarem de expedientes precipitados e desconexos quando de algum evento na empresa, pensando estarem tomando alguma “brilhante” atitude empresarial ou gerencial.
Aí, costumam optar pela decisão intempestiva de demitir alguém ou, em alguns casos, passam a humilhar seus colaboradores envolvidos. Também existem os que, muitas vezes, adotam a postura de tratar a situação com indiferença por considerarem que esses “probleminhas” são comuns e que logo se ajeitam. Neste caso, conseguem com que os “probleminhas” se transformem em problemões muito em breve.
Alguns poucos ainda tentam reunir, conversar e cobrar explicações, chegando até a ouvir os funcionários envolvidos, mas nem sempre o desfecho vem como deveria, pois, o que acaba prevalecendo é o posto de “chefe” e o medo comum de perder a autoridade ou de ter que dar o braço a torcer. Para muitos, acreditem, esses medos colocam a justiça e o bom exemplo em segundo plano.
Todas estas crises e conflitos poderiam perfeitamente não existir ou, no máximo, acontecerem em escala bem menor.
Para isso seria importante que os empresários passassem a olhar sua empresa como uma instituição importantíssima não somente para o setor econômico, mas como também para o social. Além de contribuir com a movimentação da economia, de ser o elo importante entre a indústria de transformação e o consumidor, também se constitui num dos segmentos que mais empregam no país.
E com toda essa relevância, esses empresários deveriam se preocupar mais com pontos necessários como: estabelecer um sistema de comunicação na empresa; passar a planejar adequadamente seus passos e ações; desenvolver sistemas motivacionais para toda a equipe e estar sempre atento às manifestações de colaboradores.
Eu insisto num ponto que é muito negligenciado pelo empresariado, que é o dos treinamentos, não eventuais, mas sim, constantes e estruturados de maneira a contemplar todos os setores da empresa.
Sempre digo que os empresários deveriam se preocupar mais com a própria reciclagem, assim como seus funcionários graduados, diretores, gerentes, chefes de seção. Digo que deveriam procurar conhecer ou rever as técnicas de gerenciamento, de administração, condução do trabalho em equipe, planejamento e organização de vendas, e muitos outros que certamente iriam auxiliá-los a rever pontos essenciais e estratégicos, reorganizar sua empresa e suas equipes.
Podemos ver claramente os avanços da tecnologia que tanto contribuem com as operações em todos os segmentos empresariais a ponto de praticamente ser impossível prosseguir e trabalhar sem elas. Ficou mais ágil a comunicação com fornecedores, clientes, assim como o intercâmbio e amplitude de conhecimento de inovações pertinentes ao seu negócio também.
Por isso reafirmo que as técnicas e metodologias de administração e de gerenciamento empresarial também se renovam, com o intuito de otimizar os resultados nas empresas, e é dever de todo empresário estar atento a isso e procurar se adequar a estas mudanças, deixando o comodismo de lado e de se esconder atrás de jargões como: Já sei tudo sobre meu negócio; Isso fica muito caro. E outros que não passam de demonstrações de falta de preparo e responsabilidade empresarial.
Como trabalhamos nesse meio e mantemos contato constante com líderes de vários segmentos, nossa torcida passa a ser a de que possam rever certos paradigmas e tornar as providências, sempre necessárias, para a harmonia administrativa e gerencial de suas empresas obtendo por conseqüência, a aceleração do dinamismo e produtividade.
Boa sorte a todos.
Luiz Antonio Farina Dias , Consultor Empresarial. Engenheiro, Economista. Pós Graduado em Gerência Empresarial pela FACESM. Pós Graduado em Qualidade e Produtividade pelo Departamento de Engenharia de Produção da UNIFEI. Mestre em Engenharia de Produção pela UNIFEI. Professor Universitário. Para falar com o autor, use o e-mail luizfarina@bol.com.br