É natural que não queiramos nos decepcionar, porém isto é algo que pode nos acontecer a qualquer momento e não podemos querer viver debaixo de uma redoma protetora para nunca nos decepcionarmos. Viver envolve um monte de riscos. Você pode começar a se relacionar com uma pessoa e descobrir que ela não era quem você pensava, perceber que um curso superior ou emprego não correspondia aos seus ideais e até se decepcionar com uma crença religiosa ou partido político. Ninguém está livre da frustração.
Nós costumamos nos frustrar porque temos a tendência de idealizar tudo e, com frequência, criamos expectativas irreais em relação a algo. Muitos jovens anseiam por ser independentes mas logo veem que isso não é fácil. Ser independente não é só fazer o que se quer. É arcar com o peso de ser responsável por si mesmo. Não são poucos os que casam com uma visão idealizada do casamento para pouco depois perceber que casamento envolve aprender a conviver com os defeitos de outra pessoa, fazer sacrifícios e dividir responsabilidades. A gente costuma se decepcionar porque espera que as coisas sejam de um jeito, no entanto elas quase sempre não são o que a gente esperava.
O lado bom da decepção é que isso nos ajuda a ter expectativas mais realistas. Vamos vendo as coisas como elas realmente são e isso nos fará amadurecer. Um bom exemplo de como “quebrar a cara” pode ser útil é a parábola do filho pródigo. O filho pródigo, após pegar sua parte na herança, vai para longe e gasta todo seu dinheiro levando uma vida desregrada confundindo liberdade com libertinagem. Ao se ver sem fortuna, ele vê os “amigos” se afastarem e toma um verdadeiro choque de realidade, passando fome e privação. Dessa forma, ele entende como a vida é dura e que ser livre exige ter responsabilidades. Outra coisa boa nesta parábola é que o pai, que muito provavelmente sabia que ele iria se desapontar por não ter experiência de vida, não tentou segurá-lo e o deixou partir para que ele visse por si mesmo como é a realidade.
A atitude do pai do filho pródigo poderia servir de exemplo para muitos pais que superprotegem os filhos, impedindo-os de ter suas experiências e de aprender a ver por si mesmos o que é bom para eles por não quererem que eles se decepcionem. Tais pais deveriam entender que a decepção acaba por nos fortalecer e fazer com que tenhamos mais experiência e discernimento.
Por: Atenéia Rocha França de Araújo notícias da mídia Notícias pesquisadas em jornais e sites.