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Comportamento.



Publicado em: 19/04/2024

Há alguns anos, não era comum observar os jovens optando pelo empreendedorismo do próprio negócio logo no início da carreira. Hoje, isso mudou muito e há algumas hipóteses que buscam explicar tal situação.
No passado, o risco aparente atribuído à carreira solo, criando uma empresa, era considerado alto por todos, dos jovens aos professores que os aconselhavam e, principalmente, pelos pais, sempre preocupados com o futuro profissional dos filhos.

Isso ocorria porque buscar uma carreira na iniciativa privada ou em empresas estatais mostrava-se a estratégia mais adequada para construir um futuro financeiramente confortável, objetivo almejado pela maioria das famílias da classe média.

Os jovens mais ousados focavam suas energias em crescer rapidamente no ambiente corporativo, galgando posições, cargos, conquistas financeiras, maiores salários, viagens e estágios/transferências ao exterior etc.

Quando chegavam aos trinta e poucos anos ou na faixa dos quarenta, muitos já estavam bem posicionados na carreira e com muito sucesso em sua trajetória profissional. Aos 50 ou 60, alguns já pensavam em deixar a empresa e montar a sua. Essa era a regra.
Agora, com a disseminação do empreendedorismo cada vez mais intensa na camada mais jovem da população, muitos buscam antecipar décadas e já se jogam de corpo e alma em projetos que podem ou não ser bem sucedidos. E contam, desta vez, com o apoio familiar.

Isso tem ocorrido em todo o mundo. Parece ser uma nova fase do empreendedorismo do próprio negócio. Mas não são todos os jovens que buscam tal via.
Um estudo dos pesquisadores Uschi Backes-Gellner da Universidade de Zurich, na Suiça, e Petra Moog da Universidade Siegen, na Alemanha, identificou alguns traços dos jovens com mais probabilidade de engajamento no empreendedorismo do próprio negócio.
Os jovens com um equilíbrio de habilidades e contatos sociais – incluindo escola, negócios, família, e conexões com amigos – são muito mais propensos a querer tornar-se empreendedores que aqueles com habilidades específicas e contatos mais estreitos.

O estudo analisou mais de dois mil jovens alemães e a conclusão dos pesquisadores é que os indivíduos que possuem mais equilíbrio nas habilidades e maiores contatos sociais sentem-se com mais chances de sucesso de criar e gerir um negócio próprio.

E os demais, com habilidades mais específicas e menos contatos, sentem-se mais adequados à carreira como empregados.
É importante notar que o estudo analisou a propensão e não necessariamente o resultado em si. O fato é que outros estudos já mostraram que a capacidade de se relacionar (networking) e o autoconhecimento de suas habilidades estão intimamente relacionados ao empreendedorismo.

Se você é jovem, quer empreender e não se enxerga como parte do grupo mais propenso à atividade, cabe traçar estratégias de desenvolvimento pessoal agora para ampliar suas habilidades e seus contatos. Lembre-se que isso pode ser adquirido por todos!

Por: José Dornelas


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