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Comportamento.



Publicado em: 17/04/2024

De acordo com este especialista, o responsável de alguns fracassos pode estar mais perto do que muitos imaginam: o cérebro
Às vezes, até mesmo pessoas talentosas e trabalhadoras acreditam que nada acontecerá do seu jeito. Em momento de frustração, algumas recorrem a bodes expiatórios externos para os fracassos e outros refletem interiormente, mas concentram-se em deficiências pessoais ou na falta de competências como a raiz do problema. De acordo com a ciência, no entanto, o culpado pode ser outro: o cérebro.

Sebastian Bailey, cofundador e presidente da filial norte-americana da Mind Gym, passou sua carreira descobrindo como a mente das pessoas as impede e o que elas podem fazer para se libertar do pensamento limitado. Aqui estão, conforme artigo da Inc., cinco exemplos de frustrações cerebrais comuns e como resolvê-las, de acordo com ele:

1. Você acha que não pode fazer melhor
“Imagine esta situação”, começa Bailey. “Você recebeu uma tarefa para fazer no trabalho que nunca fez antes, ou seu amigo o arrastou para experimentar um novo esporte. Você simplesmente não consegue se sair bem naquilo”.

Existem duas respostas para isso:

A. “Isto claramente não é para mim. Obviamente não tenho o dom para isso”.
B. “Preciso trabalhar mais nisso. Com alguma prática, não vejo razão para não poder melhorar”.
As pessoas que escolheram a opção A podem ter uma mentalidade fixa, acreditando que nasceram com uma certa habilidade, como inteligência, capacidade física e talento, e provavelmente pensando que as pessoas de sucesso nasceram diferentes e que seu sucesso foi resultado de suas habilidades naturais.
Já as que escolheram B, podem ter uma mentalidade construtiva, acreditando que podem desenvolver suas habilidades por meio de muito trabalho e prática e percebendo que pessoas de sucesso geralmente dedicam muito tempo e esforço para se desenvolverem.
“Pesquisas mostram que quando mudamos para uma mentalidade construtiva, encontramos um novo impulso para continuar quando as coisas ficam difíceis – seguros de que podemos e iremos melhorar com um pouco de esforço extra”, explica Bailey.

2. Você se deixa enganar pela memória ou pelos desejos
“Quais são mais mortais”, pergunta Bailey, “tubarões ou cavalos?”
Aqueles que respondem “tubarões” provavelmente fizeram o que a maioria das pessoas faz: pesquisar em sua história memórias de mortes causadas por cada animal. É fácil lembrar informações sobre ataques de tubarões nas notícias, mas é mais difícil pensar em muitas (se houver) mortes relacionadas a cavalos.
Já os que responderam “cavalos”, provavelmente tem um conhecimento que a maioria das pessoas não tem. Na verdade, há quase 20 vezes mais mortes causadas por cavalos do que por tubarões.

“Isso pode ser explicado por algo chamado ‘heurística de disponibilidade’, um atalho mental que nos leva a supor que coisas que são mais fáceis de lembrar ocorrem com mais frequência. Porque lemos e ouvimos sobre mortes de tubarões com mais frequência, ou seja, na mídia, achamos que elas acontecem com mais frequência. É apenas uma das muitas falácias lógicas que os humanos cometem. Vieses de confirmação e ilusões são outras”, explica Bailey.
“Nossos cérebros precisam de alguns atalhos devido à abundância de informações complexas que nos rodeiam. Precisamos deles para tomar decisões de forma rápida e eficaz. No entanto, eles podem nos levar a cometer erros”, alerta.

É importante, então, que as pessoas estejam conscientes de suas próprias tendências ao preconceito e procurem ativamente evidências que vão contra o seu ponto de vista. Isso as ajudará a tomar as melhores decisões em seu caminho para o sucesso.

3. Você desiste muito rapidamente
Bailey começa com outra pergunta: “O que você faz quando as coisas ficam difíceis? Fugir? Continuar a batalha?”
De acordo com ele, os corredores de maratona, os políticos e os empresários compartilham a capacidade de recorrer a uma força específica quando as coisas ficam sombrias. “É essa fonte escassa de poder que pode fazer a diferença para ultrapassar os limites. Tem muitos nomes: ser determinado, motivado ou totalmente teimoso”, comenta.
A psicóloga Angela Duckworth identifica a garra como a marca registrada dos grandes empreendedores. Para desenvolvê-la, é fundamental cultivar qualidades como o compromisso de terminar as coisas que foram começadas, a capacidade de se recuperar quando as coisas dão errado e o desejo de melhorar ao longo do tempo com esforço e prática sustentados. 

4. Você é pega muito leve consigo mesmo
Bailey sugere um momento de autoavaliação: “Você está sempre calmo no trabalho? Você nunca fica estressado? Você sente pena daquelas pessoas que trabalham duro contra o relógio para entregar resultados dia após dia? Você está entediado?” Se a resposta consistente de uma pessoa a essas perguntas for sim, talvez ela não esteja passando por estresse suficiente. 

“O estresse pode ​​ser medido em uma escala entre desaceleração e sobretensão”, explica ele. “O estado ideal é chamado de eustresse, que fica em algum lugar no meio. Esse estresse positivo muda a percepção das coisas que poderiam causar baixo desempenho (‘obstáculos’ tornam-se ‘desafios’) e a percepção de nossa própria capacidade (‘Acredito que posso fazer isso’). Quando estamos em um estado de eustresse, nos sentimos motivados, alongados e cheios de energia. A pesquisa mostra que isso resulta em um desempenho mais próximo do topo do nosso jogo”.

5. Você é muito duro consigo mesmo
Um último exercício de Bailey: “Você se candidatou a um emprego para o qual achou que seria perfeito. A entrevista correu bem e você saiu se sentindo bem com isso. Uma semana depois, a ligação chega com uma má notícia: eles ofereceram o cargo a alguém. Como você reage?”
A. “Claramente não sou tão bom quanto pensava! Nunca vou conseguir um emprego”.
B. “Preciso trabalhar mais nisso. Com um pouco de prática, não vejo nenhuma razão para não poder melhorar”.
As respostas em “A” são reações comuns, mas Bailey diz que elas não vão ajudar. Ele sugere, então, vários meios de mudar para uma mentalidade mais “B”:

1. Reformule a situação
Como proclamado, ‘Não há nada bom ou ruim, mas o pensamento o faz assim’. Assim, as pessoas devem transformar seus sentimentos negativos em positivos – talvez o trabalho não fosse adequado para elas e agora há a oportunidade de encontrar algo melhor.

2. Deixe o tempo passar
As pessoas tendem a reagir de forma exagerada quando não esperam um revés. É preciso, então, que elas verifiquem se estão sendo realistas em relação à situação a imaginando um ano à frente. Quanto isso importará então?

3. Aproveite a oportunidade para aprender
Bailey recomenda que as pessoas digam para elas mesmas: ‘Isso destacou uma lacuna no meu currículo. Depois de preencher essa lacuna, oportunidades ainda melhores poderão estar disponíveis para mim’, e então tomem uma atitude.

Por: Anna Dulce




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