No mercado de trabalho, o currículo é peça-chave para analisar o histórico e as habilidades técnicas de um profissional. Mas somente uma boa rede de relacionamentos vai saber quem ele é de fato, e qual o perfil comportamental possui, para que possa ser indicado por um amigo à uma entrevista de emprego ou convidado para uma oportunidade de negócio.
A sua rede de contatos (network) é o resultado do seu networking (rede de relacionamentos).
Sabemos que o networking envolve: interesses profissionais e relações humanas. Então, podemos dizer que realizar networking é conhecer pessoas, trocar cartãozinho, se conectar no LinkedIn e marcar aquele cafezinho para falar sobre negócios, projetos e ideias.
A reciprocidade fundamenta os interesses do networking, pois ele é uma via de mão dupla onde somos beneficiados através da aproximação, mas sobretudo, beneficiamos o outro também com:
• A construção de relacionamentos
• A aquisição de novos conhecimentos
• O acesso à oportunidades
Não é um jogo de interesses onde um ganha e o outro perde, mas uma troca de interesses em relações de ganha-ganha. Com fins comerciais, profissionais ou de desenvolvimento humano.
Nós nem percebemos, mas ao longo da nossa vida, construímos uma rede de relacionamentos. Vamos entrelaçando pessoas com um interesse comum.
Na escola, quando realizamos trabalhos em grupo e continuamos nos falando com aqueles colegas; na faculdade quando criamos um projeto entre amigos; nos cursos que realizamos e onde criamos novas amizades e participamos de grupos de estudos; no trabalho, onde vivenciamos os desafios diários dentro dos nossos ofícios e relações profissionais. Relações estas, que muitas vezes, ultrapassam os limites do espaço onde foram construídas e que nos acompanham durante toda a nossa vida.
A convivência com pessoas de propósitos similares aos nossos, nos faz trilhar uma jornada de mais produtividade e alcance do sucesso.
Netweaving e Netliving, já ouviu falar deles?
Além do networking (net = rede; working = trabalhando) que é a capacidade de construir uma rede de relacionamentos com objetivos profissionais, existem ainda as suas ramificações, que podem até, serem boas sugestões para os tímidos de plantão.
O Netweaving (net = rede; weaving = tecelagem) é a construção de uma rede onde o maior objetivo é ser útil às pessoas sem necessariamente esperar algo em troca. É um tipo de networking "desinteressado de interesses". Na verdade, o principal interesse é a relação humana, a amizade, o relacionamento em si.
Já o Netliving (net = rede; living = vivo) é a construção de uma rede de troca cotidiana e constante. A relação pode ajudar a encurtar caminhos, favorecer demandas e conhecer oportunidades de crescimento dentro e fora de uma companhia. Enquanto o networking acontece de forma esporádica e mediante uma determinada necessidade, o netliving é a manutenção constante das relações ao longo de toda trajetória profissional.
“A complexidade do mundo atual impõe a expansão dos horizontes para além das relações mais obvias e naturais, demandando um esforço extra. Já não basta abrir portas. É preciso mantê-las acessíveis” José Augusto Minarelli (CEO da Lens & Minarelli, empresa especializada em Outplacement)
Mas o tímido consegue construir redes de relacionamento?
Uma das ações mais desafiadoras para quem tem um perfil tímido e introvertido é o de se comunicar e de se relacionar com facilidade e espontaneidade. Quem é tímido, geralmente tem vergonha de se expor, falar de si mesmo e até, em alguns casos, sair de casa e estar em grupo. Mas esta característica de comportamento não o priva de crescimento e nem do sucesso.
De acordo com Susan Cain, autora do livro “O Poder dos Quietos”, criatividade, persistência e moderação são características que afloram no silêncio e já levaram muitas pessoas ao sucesso e a um patamar global de influência.
Quem diria que pessoas ilustres como: Mark Zuckerberg, Bill Gates, Steven Spielberg, Barack Obama e Michael Jordan, são tímidos assumidos? Mas eles conseguiram driblar a timidez e alcançar resultados extraordinários em suas carreiras e jornadas de sucesso reconhecendo seus potenciais e não desprezando oportunidades.
Eu também sou tímida. Sou do tipo de pessoa que fica com o rosto avermelhado e aquela sensação de que as orelhas estão queimando, sempre que enfrento situações de exposição. Por anos e anos carreguei uma timidez impeditiva, onde eu me esquivava de situações as quais precisaria conversar com estranhos e interagir em público. Eu literalmente fugia da raia e consequentemente, perdia oportunidades. Eu sofria muito com isso.
Mas quando conquistei minha primeira oportunidade de trabalho, fui vencendo aos poucos através do contato com pessoas desconhecidas. No início foi difícil, mas fui vencendo minhas limitações quando enxerguei as situações de risco, como momentos de superação e aprendizado. A mão já não suava mais e nem frio na barriga tinha mais.
Imaginem, só! Uma tímida atuando como Instrutora de Treinamento e Desenvolvimento?
Eu pensava: Não posso permitir que a timidez me impeça de aprender, de crescer e de compartilhar o que sei. E assim, fui a driblando.
Hoje ministro treinamentos, palestras, falo em público, faço novas amizades e amo realizar networking. Sem medo. A única coisa que ainda não consegui lidar foi com as bochechas rosadas ao me comunicar principalmente em público. Mas para quem fugia da raia, me considero hoje, uma tímida vencedora!
Vamos então às dicas para driblar a timidez na hora de realizar networking?
Dica 1: Não tenha medo de gente
Quando somos tímidos, somos tendenciosos ao medo de não sermos aceitos. É preciso trabalhar esse sentimento de busca por aceitação através da autoconfiança. Reconheça os seus talentos, suas expertises e empodere-se! Mesmo sabendo que nem todos se agradarão de você. Fique em paz com essa seleção alheia e saiba que você também precisa ser seletivo e aproxime-se das pessoas certas. Profissionais que são da mesma área de atuação, geralmente têm assunto de sobra para conversar! Tem sinergia. Conecte-se a eles, pois são terráqueos como você!
Dica 2: Estabeleça ações de interação
Uma boa oportunidade para interagir com profissionais da sua área e torná-los conexões em sua rede de contatos é a participação em cursos, palestras e eventos. Insira essas participações no seu cotidiano e comprometa-se em se aproximar dos profissionais nesses momentos. Pois são instantes onde as pessoas ficam mais à vontade para conversar, trocar cartões ou perfis nas redes sociais, para um possível contato após o evento. Apresente-se, troque uma ideia sobre o evento, exponha a sua opinião, prontifique-se em ajudar de alguma forma. Não precisa ser um poço de espontaneidade e simpatia. Objetividade e gentileza são suficientes para esse primeiro momento.
Dica 3: Prepare-se para trocar ideias
Para a ansiedade não comprometer as oportunidades, faça treinos e ensaios com um amigo mais próximo, Faça perguntas, ouça. Networking é mais escutar do que falar. Leia sobre assuntos da sua área de atuação para ficar munido de informações interessantes e não correr o risco de falar superficialmente ou ficar sem assunto. Cause uma boa impressão e demonstre disposição para um próximo contato.
Dica 4: Compartilhe projetos e ideias nas redes sociais
Aquele ditado que diz: "Quem não é visto, não é lembrado" é a mais pura verdade. Quando você fica ativo em redes como o LinkedIn, por exemplo, onde se tem a oportunidade de compartilhar conteúdos da sua área de atuação, você é uma espécie de imã que atrai oportunidades de networking. As pessoas irão se conectar a você por causa das suas idéias e valores. Essas pessoas irão se engajar com seu conteúdo e acompanhar seus projetos. Lembro que recebi um convite certa vez, para ministrar uma palestra, em virtude de um post que escrevi no LinkedIn. Então, expor suas ideias, pode aumentar a sua rede de contatos.
Dica 5: Seja alguém interessado e interessante
O interesseiro só aparece quando precisa de algo. O interessado está sempre buscando conhecimentos, dicas e trocando ideias. Já o interessante, mesmo que não esteja precisando de algo, ele se dispõe a ajudar sempre que preciso. Ele escuta com atenção e utiliza a empatia para entender as necessidades do outro. Suas virtudes o fazem ser lembrando pelos seus colegas e amigos, diante de oportunidades.
Com isso, não fugir do network agrega valor a sua vida profissional por meio de conexões e conhecimentos compartilhados. Não importa em que área você trabalhe, em que momento da vida se encontre, estando empregado ou desempregado, uma boa rede de contatos é o combustível que acelera o seu sucesso.
O networking não só é útil para aprender diretamente com os indivíduos que você encontra, pelo caminho, mas para ter alguém que o ajudará num momento que você precisa crescer na em sua jornada profissional.
Quem caminha sozinho pode até chegar mais rápido, mas aquele que vai acompanhado, com certeza vai mais longe. Clarice Lispector
Por: Cristiane Ribeiro
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