Quando vivemos uma crise é preciso revisar premissas, descobrir os ativos ocultos e começar a reedificar.” – Ayn Rand.
(Do Acervo dos nossos Conceituadores da Inovação Preferidos)
O Dr. Google define assim ambição:
Forte desejo de poder ou riquezas, honras ou glórias; cobiça; cupidez. Anseio veemente de alcançar determinado objetivo, de obter sucesso; aspiração, pretensão.
Ambição vem do latim Ambitĭo, que significa “entre duas direções”. Do latim ambi- de ambo, ae, o, exprimindo ideia de duplicidade, ambos, ‘de ambos os lados’.
Note que:
A definição mainstream de ambição é negativa, mas a origem da palavra NÃO É.
Ou seja, é um conceito que está sendo interpretado hoje de um jeito, mas não foi criado assim.
Vejam os antônimos:
Generosidade, desambição, desprendimento, magnanimidade, bondade, largueza, desinteresse, prodigalidade, desapego, altruísmo, filantropia, humanitarismo, caridade, dadivosidade, abnegação.
Assim, quem é ambicioso, por relação, não é generoso, nem magnânimo, é malvado, é estreito, interesseiro, não é prodígio, não é humanitário, caridoso, dadivoso ou abnegado.
Alberto Einstein (1879-1955), por exemplo, era ambicioso, pois resolveu desafiar as leis da física e queira, por causa disso, ganhar um Nobel.
Quis usar todo o potencial possível da sua mente para desvendar mistérios que antes não eram possíveis.
O que fez a diferença ali? Uma mente especial – gerenciada por Einstein – que permitiu que isso fosse possível.
Fato é que uma série de melhorias que temos hoje na sociedade são possíveis graças à ambição de Einstein.
Digo mais.
Não existe melhoria humana que não seja fruto da ambição de alguém.
O uso pejorativo de ambição, bem como de pretensão, de egoísmo é o que podemos chamar de Pejorativismo Conceitual.
Pejorativismo Conceitual fenômeno que tira a neutralidade original de determinado conceito, tornando-o negativo. É um fenômeno que se potencializa dentro do Macrociclo das Crises Civilizacionais.
Podem existir diversos tipos de Pejorativismos Conceituais.
O que nos chama a atenção no estudo da inovação dentro do atual Macro Ciclo Civilizacional é o Pejorativismo Conceitual Anti-Empreendedor.
Pejorativismo Conceitual Anti-Empreendedor – modifica conceitos, que acabam desestimulando o empreendedorismo. É um fenômeno que se potencializa dentro do Macrociclo das Crises Civilizacionais.
Conceitos que são mais neutros, passam a ser tratados de forma pejorativa – que denota algo desagradável.
Os Conceitos, assim, recebem um uso e são “empacotados“, conforme o ambiente em que estão.
Se temos um momento civilizacional em que o empreendedorismo e a inovação são desincentivadas, uma série de conceitos serão distorcidos para que isso seja possível.
Um dos trabalhos de incentivo da inovação e do empreendedorismo é justamente a identificação e o questionamento dos Conceitos Desincentivadores.
Conceitos Desincentivadores – que são utilizados e interpretados de forma negativa, apesar da sua origem permitir mais interpretações.
Vimos, por exemplo, que egoísmo, como nos ensinou Ayn Rand (1905-82) é neutro, que demanda complementos:
• Egoísmo Tóxico – aquele que o interesse da pessoa não agride o dos outros e faz com que ela procure de forma ética a sua própria felicidade, através de trocas voluntárias;
• Egoísmo Saudável – aquele que o interesse da pessoa não agride o dos outros e faz com que ela procure de forma ética a sua própria felicidade, através de trocas voluntárias.
Nos Macrociclos Civilizacionais da Crise – que vivemos intensamente antes do Digital – há uma demanda da sociedade pela:
• Centralização da Cooperação, reduzindo a Taxa de Empreendedorismo e Originalização;
• E um incentivo à massificação do Sapiens para que possamos lidar com o aumento da Complexidade Demográfica de forma mais verticalizada.
Taxa de Empreendedorismo – medida que avalia o grau da prática do empreendedorismo em determinado tempo e lugar.
Estamos passando da Crise para a Renascença:
• nas Crises Civilizacionais – quando aumentamos a população e o ambiente de sobrevivência fica obsoleto, temos um estímulo à verticalização, à massificação e à redução da Taxa de Empreendedorismo e da Originalização;
• nas Renascenças Civilizacionais – quando temos novas mídias e novos modelos de sobrevivência, temos um estímulo à horizontalização, à personalização e o aumento da Taxa de Empreendedorismo e da Originalização.
Na Renascença Civilizacional, é natural que os preconceitos contra a Originalização e o Empreendedorismo sejam questionados.
É fundamental entender que no Pós-Digital estamos vivendo a passagem:
• de menos para mais Originalização;
• de menos para mais Empreendedorismo;
• de menos para mais Inovação;
• de menos para mais Descentralização.
Muitos Conceitos precisam, assim, de reinterpretação, pois estão intoxicados pela centralização do século passado.
Quem quer inovar precisa justamente começar a questionar o uso indevido de muitos conceitos, que são interpretados de forma pejorativa.
Entre estes conceitos está o da Ambição, que tem o sentido similar ao de Bimodalidade.
“Ambi” vem de dois, como é o caso de Ambidestro, Ambivalente.
Ambição é estar no ponto “a” e desejar o “b”. Ambição é sinônimo de pretensão.
Ambicionar é pretender algo.
Uma pessoa ambiciosa é aquela que quer mudar, fazer algo diferente e não tem nada de negativo nisso.
Uma pessoa pretensiosa (pretende) ou arrogante (arroga) são aquelas que querem algo diferente.
O que diferencia os conceitos não é querer algo diferente, mas como se quer o diferente. Não está no fim, mas no meio.
Quando defendemos que as pessoas devem ter propósitos na sua vida, que pensem em projetos de longo prazo, estamos estimulando a ambição e a pretensão.
O que podemos melhorar no diálogo sobre ambição é definir alguns tipos de ambição, de pretensão, de sonho, de propósito das pessoas:
• Ambição Pelo Tempo Projetado – tipo de ambição, que pode ser de curto, médio e longo prazo;
• Ambição Pelo tipo de resultado – de bens mais tangíveis do que intangíveis ou mais intangíveis do que tangíveis.
Quando se vai pensar sobre a questão da Inovação Pessoal, é bom que cada um defina que tipo de ambição quer na vida.
Porém, dentro do que avaliamos de uma Filosofia de Vida Mais Forte, baseada nas Demandas Estruturais e Essenciais do Sapiens, podemos dizer que:
O tempo favorece a quem aposta em Ambições mais de longo prazo e mais intangíveis.
É isso, que dizes?
Por: Carlos Nepomuceno
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