Num mundo cheio de informações, é preciso treinar a capacidade de tomar decisões de forma ágil e assertiva. Veja como
Tomar decisões importantes é algo sempre muito difícil. De acordo com a ciência, ao longo do dia um adulto toma em média 35 mil pequenas decisões. Das mais simples e cotidianas – como escolher o cardápio do almoço – às mais complexas: será que peço demissão e abro meu negócio?
Nessas horas, como saber qual é o caminho a tomar, qual parâmetro escolher para tomar uma decisão difícil? É importante, então, saber os meandros do nosso comportamento para evitar cair armadilhas e autossabotagem.
Apesar do senso comum dizer que tomar decisões é uma área comandada pela mente, os neurocientistas explicam que a região do nosso cérebro responsável por isso (chamada córtex orbitofrontal) tem uma ligação direta com as emoções, sentimentos e memórias. Ou seja, tomar decisões está associado ao nosso inconsciente, que guarda nossos valores e crenças mais arraigados. Por isso, a importância de exercitar o autoconhecimento para entender o que nos motiva internamente e por que optamos por um caminho e não o outro.
Mas neste mundo veloz, com tantas informações e escolhas a serem feitas, é preciso ser ágil e assertivo na tomada de decisão. Trabalho essa habilidade há muitos anos, ela faz parte da minha metodologia de soft skills e está no meu novo livro que está no pronto para ser publicado. Uma dica legal que compartilho lá é uma lição baseada no livro “Discipline equals Freedom”, do militar norte-americano Jocko Willink, que ensina a tomar decisões de uma forma rápida (pense que ele precisava fazer isso em uma guerra).
A dica é: pense como uma máquina, que toma decisões binárias (0 ou 1). O ser humano pode fazer o mesmo, apenas trocando os números por “sim” ou “não”. Veja alguns exemplos:
• Vou ler um livro hoje? Sim ou não?
• Vou apertar o botão de soneca do despertador? Sim ou não?
• Vou sair da dieta e comer aquela pizza? Sim ou não?
• Vou fazer exercícios físicos? Sim ou não?
Depois de responder, vá direto ao ponto e faça! Essa dica é muito boa para decisões rápidas, sem tantas variáveis envolvidas. Agora, para questões mais complexas, o melhor caminho é tentar racionalizar a questão e ter tempo para refletir antes de fazer uma opção. Um estudo americano publicado na American Psychological Association apontou que quando as pessoas racionalizam uma dúvida – seja somente a colocando num papel – as escolhas são mais assertivas e conscientes. Então, seguindo essa recomendação, eu escrevo:
1. Qual é a questão central a ser decidida?
2. Qual sentimento essa dúvida está me causando?
3. Qual seria a minha resposta emocional? E a racional? Elas são iguais ou diferentes?
4. Quais são as perdas e os ganhos de cada escolha?
5. Qual atitude preciso tomar depois de decidir?
É importante saber que seja qual for a decisão, elas nos levam para uma ação, mesmo que seja não fazer nada. Essa também é uma escolha. Se não tiver ação após uma decisão, então, provavelmente, você ainda não chegou a uma conclusão definitiva.
Com esses dois exercícios, você vai ver que é mais fácil tomar decisões sem ficar tão angustiado ou querendo voltar atrás. Afinal, você percorreu um caminho! Saiba que a prática constante nos leva a resultados mais assertivos. Numa época de excesso de informação e variadas opções de escolha, é importante estarmos cada vez mais áptos para tomar decisões ágeis e assertivas. O pulo do gato é introjetar o conceito e treinar essa competência dentro da sua realidade. Espero ter ajudado.
Boa prática!
Por: Alice Salvo Sosnowski notícias da mídia Notícias pesquisadas em jornais e sites.