Em geral, quando pensamos em alguém com alta performance profissional, associamos à imagem de uma pessoa que abriu mão de sua vida pessoal, tem pouco tempo pra família, pros amigos ou até mesmo pra cuidar de si e da própria saúde.
Os modelos sociais muitas vezes nos colocam numa corrida acelerada em busca de: comparação, competição, sermos cada vez melhores e termos cada vez mais coisas.
Nisso, muita gente confunde a performance profissional com a quantidade de trabalho, porém a performance está muito mais ligada à qualidade e objetivo do trabalho executado.
Quando falamos sobre performance aliada a qualidade de vida, um ponto é fundamental: definir prioridades e ter clareza sobre o que você realmente está buscando, o que te faz bem, na vida e na carreira – sem separar as coisas!
1 – Reveja seus objetivos.
Nestes tempos onde o que mais ouvimos são frases motivacionais e o surgimento de gurus e grupos de alta performance, aqui estou eu falando sobre desistir!
Sim, desistir de algumas coisas.
Mas não de forma aleatória, e sim, entendendo o que realmente faz sentido pra você, aliviando um pouco a cobrança e seguindo com maior foco.
A maioria das pessoas está passando por buscas incessantes atrás de dinheiro suficiente para fazer o que quiserem, um trabalho com propósito e que amem profundamente, uma família feliz de comercial de margarina, um amor eterno, um corpo saudável, lindo e escultural.
E dá pra conquistar tudo isso?
Dá, mas em geral será necessário muito esforço e dedicação. É preciso saber o que você quer – e o que perde ao correr atrás deste resultado.
Por exemplo: sua meta é ter um corpo escultural. Porém, toda sua vida social gira em torno de restaurantes, jantares, encontros regados à comidas – que você gosta! Qual o peso de abrir mão disso em troca do corpo escultural? Se a troca não te agrada, não te faz feliz, é preciso encontrar o meio termo: reduzir o cardápio e não eliminá-lo.
É um exemplo bem simples, apenas para que você entenda o conceito, sobre o preço que pode estar pagando para correr atrás de questões cobradas pela sociedade – e que você talvez nem tenha certeza de que queira de fato.
Sempre que excluímos de nossa vida aquilo que é fundamental em troca de uma meta, temos a tendência de desistir no meio do caminho, na primeira dificuldade.
Você sabe o que realmente é fundamental na sua vida? Do que você não abre mão?
E do que vem abrindo mão dia após dia, correndo atrás de sonhos que você nem sabe ao certo se são seus de verdade?
2 – Foque no que realmente é bom e o resto delegue as atividades
Sempre tentamos ser os melhores e por isso muitas pessoas preferem se autodelegar responsáveis por tudo. Essa sobrecarga acaba nos incapacitando de exercer até mesmo as tarefas que realmente somos bons.
Quando possível, delegue para outras pessoas a execução de atividades nas quais você não possua alta habilidade ou que não estejam ligadas diretamente ao resultado. Defina o que é prioridade, o que somente você precisa fazer – e delegue todo o resto.
Delegar significa treinar e capacitar, leva tempo. Mas se você gasta mais tempo pra delegar do que fazer, a médio e longo prazo essa curva se inverte, as pessoas aprendem, ganham autonomia – e você ganha mais tempo para mergulhar em outras atividades.
Por isso é importante saber liderar, mesmo não estando no papel oficial de líder.
3 – Fazer o que se ama é maravilhoso. E isso pode ser ruim.
Quando buscamos uma atividade ou profissão que amamos, enxergamos que tudo pela frente será maravilhoso, com atividades prazerosas, momentos felizes. Porém mesmo na melhor profissão do mundo existem tarefas e dias ruins. Situações que você irá querer protelar, não fazer. Ou o contrário: momentos em que você irá se apaixonar pelo que faz e acabará fazendo coisas sem sentido, que não precisavam ser feitas: e que você faz apenas porque ama, perdendo tempo e produtividade.
4 – Qual o preço que você vai pagar pelo que quer conquistar?
Seja para conquistar um cargo, comprar uma casa, ter e criar filhos, realizar uma grande viagem dos sonhos: cada sonho envolve um processo de conquista, com ganhos e perdas pelo caminho.
Tudo tem um preço.
E este preço pela busca pela da satisfação e da felicidade suprema à longo prazo pode estar te impedindo de uma coisa fundamental: ser feliz e satisfeito com sua vida hoje, da forma como ela está!
Nos preocupamos tanto com o futuro, com as conquistas que estão por vir, com o que podemos realizar que esquecemos de viver o presente de forma plena.
Vivemos acelerados e em busca de resultados futuros e rápidos.
Jovens de vinte e poucos anos querem ter a carreira, o patrimônio e os carimbos no passaporte que seus pais só foram conquistar lá pelos cinquenta anos de idade.
Muitas vezes, estamos correndo atrás da performance profissional e perdendo o prazer e a satisfação de apreciar as pequenas conquistas, já absorvidos pelo pensamento de: o que mais podemos fazer, ter, conquistar.
Próximo, próximo, próximo… e não aproveitamos o presente, não saboreamos nossas pequenas conquistas.
Me lembrei de uma cena: estava visitando o Aquário de São Paulo, parando em meio ao caos de turistas afoitos, tentando observar o nado tranquilo, as cores e a delicadeza de cada peixe.
Recebo um empurrão com um ombro, seguido de uma criança de uns 6 anos que entrou na minha frente, entre eu e o vidro, com um tablet enorme. A criança, o pai – que me deu o empurrão – e a mãe, estavam cada qual com seu equipamento fotográfico em mãos.
Não se falavam, apenas corriam para o próximo tanque, para fotografar mais rapidamente o próximo peixe. Eles não olharam em nenhum momento com os próprios olhos para nada. Tampouco se olharam, falaram entre si ou comentaram sobre o que presenciavam. Eles não estavam ali de fato.
A preocupação era: o próximo, próximo, próximo.
Afinal, o que eles aproveitavam do passeio?
Tiravam fotos que provavelmente ninguém nunca irá ver.
5 – Sobre nossos desejos e necessidades
Hoje temos possibilidades e informações exponenciais
Isso também nos traz vontades e desejos exponenciais.
Vivemos afoitos e acelerados.
Nossos pais, tios e quem dirá avós sequer sonharam em ser, ter ou fazer um terço do que nós podemos ser, ter e fazer hoje.
Maslow, em sua teoria que resultou na pirâmide das necessidades humanas, explicou o que vivenciamos hoje: conforme subimos um nível, conforme suprimos uma das necessidades, podemos vislumbrar – e ansiamos – pela próxima conquista.
Muitos de nós já vieram com as necessidades básicas e de segurança supridas pela família. Neste caso, fica muito mais fácil pensar em propósito e satisfação na carreira, por exemplo.
Nossos antepassados sonhavam com saúde, emprego e renda.
Logo, é natural podermos sonhar com viagens e em desbravar o mundo, quando nossos antepassados já garantiram itens mais básicos, como ter a casa própria, alimentar e garantir educação para os filhos.
Eles garantiram a base pra gente poder correr atrás de algo mais.
Se eles não fizeram, observe, provavelmente é o que você enxerga como seu papel e responsabilidade com a geração seguinte: garantir a base para a evolução.
Então, antes de sair enlouquecidamente querendo mais e mais, pense se você tem clareza sobre o que quer de verdade, se você consegue identificar o que realmente te faz ou fará feliz.
Muita gente está se matando para conquistar algo que não quer, algo que não fará diferença de fato em sua vida.
Correndo atrás apenas porque aprendeu que tinha que ser assim, porque todo mundo faz, seguindo modelos e padrões.
Também desconfie de tudo que te cause sofrimento demais.
O que é para ser seu até pode necessitar de trabalho e esforço para ser conquistado, para haver aprendizado.
Mas não precisa haver sofrimento. Sempre que houver dor demais, analise se você está no lugar certo: seja no trabalho, num relacionamento, num local físico.
Quando algo requer muito esforço e sofrimento é hora de verificar se esse sonho é seu de verdade, ou se você está desperdiçando a sua vida correndo atrás dos sonhos dos outros.
Tendo clareza sobre o que você realmente deseja e busca, a chave da alta performance é exatamente focar no que precisa ser feito, para garantir o resultado. Pra isso, existem muitas técnicas que podemos utilizar para ajudar no processo.
Delegando, deletando ou deixando pra depois tudo o que não for realmente fundamental na sua vida.
Por: Intentus
notícias da mídia Notícias pesquisadas em jornais e sites.