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Vida saudável



Publicado em: 16/01/2023

O tema saúde mental vem sendo amplamente discutido, não apenas nas redes sociais, mas no contexto corporativo também. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que quase 1 bilhão de pessoas no mundo vivem com transtornos mentais, e 1 pessoa morre a cada 40 segundos por suicídio. Números esses que alertam para a importância de se falar sobre esses transtornos e naturalizar cada vez o tema.
Quando se coloca luz a determinado tema ou problema, passamos a visualizar o volume de incidência, assim como os aspectos que o envolvem, sendo que as causas podem ser as mais variadas. Inclusive, desde o início da pandemia, aponta-se um aumento significativo de buscas pelo tema e suas soluções.

A pandemia mudou drasticamente a vida de muitas pessoas, e arrisca-se afirmar que todos foram afetados de certa forma, seja em maior ou menor grau. O cerceamento da “liberdade” de deslocamento devido aos protocolos de distanciamento social, o medo da contaminação e suas sérias consequências, todo o impacto econômico gerado, dentre outras questões, afetaram diretamente a saúde mental das pessoas.
Nesse sentido, quanto trazemos esses impactos para o ambiente das empresas, percebe-se que a relação das instituições com seus colaboradores, clientes e fornecedores sofreu inúmeras mudanças e impactos. 

Alguns negócios tiveram suas atividades praticamente paralisadas, enquanto outros tiveram que buscar por grandes adaptações, fatos que mexem diretamente com a mente das pessoas que estão inseridas no processo. Assim, há uma insegurança sobre seus empregos, e para os empreendedores a insegurança da continuidade de seus negócios, assim como o impacto em salários e faturamentos. 
Outro ponto bastante importante a ser destacado é o “home office”. A mudança e adaptação de empresas com equipes inteiras trabalhando de casa, algo nunca imaginado (ao menos não nessa amplitude e com essa velocidade), gerou impactos positivos e negativos na rotina das pessoas e, consequentemente, na saúde mental.
É possível listar uma infinidade de pontos positivos e negativos de trabalhar em casa. Do lado positivo temos, por exemplo, a economia de tempo de deslocamento e o ganho de tempo para estar com filhos e familiares. Do outro lado, há a falta de foco e até a ergonomia para o desempenho das funções. O estar cem por cento do tempo à disposição do trabalho e a queda da interação de membros da equipe geraram os prós e contras da modalidade, e, sim, isso afetou muito o mental de todos os envolvidos.

Fato é que, no atual momento, encontra-se na mesa das empresas uma importante demanda: lidar com o pós pandemia, focando em como ajustar a operação e as equipes.
Como aplicar ações com foco no bem-estar das pessoas? O primeiro ponto é entender que esse tema é realmente algo que deve ser considerado, então identificar o problema é o passo inicial para que haja uma resolução sobre ele. E há empresas e gestores que tendem a não olhar para isso, subestimar a saúde mental como algo básico para que as pessoas desempenhem suas funções com mais plenitude.

Não há romantismo no tema. Quando olhamos de forma pragmática, uma pessoa não consegue focar, organizar-se, entregar aquilo que se é esperado de seu cargo/função se há fatores mentais que a atrapalham. Por isso, as empresas devem entender e buscar formas de gerar ambientes menos hostis.
Vamos a algumas dicas interessantes para que as empresas passem a ajudar na garantia do bem-estar de seus colaboradores:

1.Informação
A promoção de informação sobre transtornos e distúrbios mentais, como depressão e ansiedade, é crucial para uma identificação mais clara do problema, e, como já apontado, o primeiro passo é o conhecimento. Organizar momentos de dinâmica em grupo, palestras, conversas guiadas com profissionais especialistas no tema da saúde mental e terapias é uma forma de entender e tratar o assunto. 

2.Gestores com foco em pessoas 
Um déficit existente em muitas empresas é a nomeação de gerentes (supervisores ou até diretores) sem traquejo na gestão de pessoas. O foco acaba sendo o técnico e processual, mas o fator crítico de sucesso, que é a liderança no quesito de manejar times (pessoas, não apenas tarefas), fica em segundo plano. Quando a liderança está atenta às questões mais sensíveis relacionadas à equipe, o ambiente de trabalho tende a ficar melhor. 
Assim, gestores com visão clara para colocar cada peça a funções e tarefas nas quais o colaborador tenha mais aptidão ou afinidade, assim como ser transparente nas decisões formam um ambiente mais fluido de trabalho, o que, por sua vez, impacta na qualidade de vida da equipe como um todo.

 3.Diálogo 
Instituições com ambientes mais transparentes fomentam o diálogo entre a equipe, os gestores e o time específico de recursos humanos. Nesse sentido, a conversa é uma ferramenta riquíssima para a exposição de problemas, assim como auxilia na busca de soluções. Espaços de feedbacks, conversas mais livres e acompanhamento dos desempenhos não apenas focado em números impactam na resolução de problemas e angústias diárias, influenciando positivamente a saúde mental dos colaboradores.

4.Terapias 
Ações envolvendo subsídios para terapias é uma prática mais direta à garantia da saúde mental. Pensar em disponibilizar uma carga horária semanal para que o colaborador possa agendar terapias durante o expediente, ou ainda subsidiar financeiramente os tratamentos, é uma forma forte de incentivá-los a procurar ajuda. 
De forma geral, a discussão sobre o tema saúde mental, ainda que mais comum atualmente, ainda é preliminar. Temos muito a avançar nesse quesito, pessoalmente e no trabalho. Fato é que a informação correta e profissional deve ser disseminada, assim como devemos investir em nosso autoconhecimento para entender e encarar quando há desequilíbrios nesse âmbito. 

As empresas e os espaços de trabalho devem olhar para isso com olhos atentos, a clichê frase “empresas são pessoas” é uma verdade absoluta e, quando as pessoas não estão bem, os reflexos profissionais são imediatos.

Por: Natalia Sartorelli



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