Notícias demostram o quanto alguns indivíduos aproveitam as brechas no(s) sistema(s) para ganhar fácil e lucrar com aquilo que deveria ser de todos – como se a corrupção fosse o único caminho a seguir e um comportamento natural. E não só isso: reforçam a ideia de que o caminho que todos devem tomar é realmente o das facilidades, especialmente porque a justiça não é feita nestas situações. Nós olhamos para o que nos é narrado com perplexidade: como pessoas podem cometer tais atos e ainda assim, ficar “livres”? Mas ainda devemos acreditar. Acreditar na justiça… em uma sociedade melhor… na melhora da vida… acreditar no futuro.
Acreditar no futuro é uma característica que nos diferencia das demais espécies, nos permitindo olhar nossa vida como um desenho inacabado que precisa de novos traços e de novas cores. Futuro, quando envolvemos o assunto honestidade, entra em descrédito, como uma estrela no mais alto céu: sabemos que ela existe, conseguimos até ver uma pequena ponta de luz, mas é impossível distinguir sua forma ou vê-la de mais perto. Honestidade tornou-se uma qualidade cada vez mais rara de percebemos em nossas relações, como se apenas pessoas extraordinárias tivessem a capacidade de praticá-la. Claro que não!
A honestidade se torna bela porque reflete a identidade das pessoas que assumem a responsabilidade por suas próprias decisões. Detalhe: essas decisões não são individualistas, mas envolve o bem comum. Stephen Covey provoca ao afirmar “eu não sou produto de minhas circunstâncias. Sou um produto de minhas decisões”. Logo, é coerente dizer que as circunstâncias por si sós não interferem em agirmos com honestidade, e que a ideia de certo e errado molda nossas decisões – o que acaba esculpindo nosso caráter. Costumo dizer para meus alunos que reputação (o resultado de nossas decisões) não é o que os outros falam de nós, mas o que demonstramos em nossas ações e a repercussão disso entre as pessoas que conhecemos – e até desconhecidas. Ou seja: aquilo que faço é o que verdadeiramente me define.
Inevitável falar no futuro novamente. Nem sempre andamos entre nossos iguais quando o assunto é honestidade e a realidade se mostra com poucas esperanças. Contudo, acredito que amadurecemos, mesmo a passos lentos, e enquanto sociedade, estamos mudando a maneira como pensamos e fazemos nossas atividades, e como criamos relações. A frase que dá título ao texto é de Warren Buffett, investidor americano e listado como um dos homens mais ricos do mundo – alguém que teoricamente não teria problemas financeiros, e que possivelmente tudo é barato. No entanto, mais do que dinheiro, uma pessoa desonesta, para Buffett, perde algo que dificilmente se recupera: credibilidade.
Espero que você seja uma pessoa cara e aprenda a não esperar a honestidade de pessoas baratas. Experiência própria.
Por: Ricardo Verçoza
notícias da mídia Notícias pesquisadas em jornais e sites.