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Publicado em: 16/03/2022

A reserva de emergência tem a função de proteger o orçamento de novas dívidas causadas por situações inesperadas. É um recurso que deve ser acessado para arcar com despesas emergenciais, como as decorrentes de perda do salário mensal por demissão, redução de renda do trabalho, invalidez, morte do provedor da família, problemas de saúde, falha mecânica no carro ou conserto de itens na casa.

Por isso, é importante avaliar o tamanho da reserva e fazer uma revisão completa do orçamento. É recomendado que seja mantido, na reserva de emergência, um valor equivalente a no mínimo três meses de despesas mensais individuais ou familiares (caso você seja responsável por todas as despesas da casa).

O ideal é que o valor seja de seis meses de despesas para uma boa cobertura contra imprevistos. Importante lembrar que o tamanho adequado para uma reserva de emergência depende da estrutura familiar, do orçamento e do padrão de vida. Profissionais autônomos, que não contam com Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), devem ter uma reserva maior, por exemplo, de 12 meses.

Como avaliar sua reserva de emergência
Para descobrir o tamanho da reserva, divida o valor total do recurso aplicado pelo valor da sua despesa mensal. Exemplo: se você conta com R$ 10.000 na reserva e uma despesa de R$ 3.300, tem o equivalente para arcar com 3 meses de despesas caso ocorra uma emergência.

Com isso feito, o próximo passo é revisar o valor das despesas mensais, pois, se conseguir ajustá-las, a reserva pode ficar em um nível mais seguro, podendo cobrir imprevistos e ainda ser usada para o pagamento de dívidas.

O primeiro passo é preparar um fluxo de caixa, ou seja, anotar os recebimentos líquidos (os que entram na conta corrente, livres de impostos) e as despesas em planilha eletrônica, aplicativo ou caderno. Ao anotar as despesas, procure categorizá-las em grupos: moradia, alimentação, comunicação, saúde, educação, transporte, lazer e despesas pessoais. Faça uma análise e escolha quais poderá substituir por outras de menor valor. É o caso de planos de internet, telefone e TV, que podem ser trocados por meio de portabilidade. Vale avaliar se há desperdício nas despesas de alimentação e com assinaturas, e adotar medidas para reduzir as contas de consumo.

Se você paga prestações de financiamento imobiliário, avalie o uso do FGTS para amortizar a dívida e diminuir a parcela ou mesmo fazer a portabilidade de crédito imobiliário para outro banco que ofereça uma taxa de juros menor e, consequentemente, parcelas menores. É também o momento de pensar em formas de fazer renda extra e até mesmo de olhar para objetos que possui e não usa para vendê-los.

Com esse exercício, você poderá construir um orçamento, ou seja, a previsão dos recebimentos e das despesas futuras. Caso consiga diminuir as despesas, a sugestão é recalcular o tamanho da reserva de emergência. Ela pode ter atingido um nível maior, capaz de ser usada para quitar as dívidas e manter a segurança da família. Melhor ainda se, além disso, você encontrar formas de aumentar a renda. O efeito será conquistar a capacidade de poupar mensalmente, o que permitirá a possibilidade de utilizar a reserva de emergência para pagar as dívidas e rapidamente reconstruí-la. É importante que, nessa situação, seja possível poupar e investir para que a reserva volte ao nível adequado o mais rápido possível.

Analise a sua dívida antes de decidir
Outra avaliação deve ser feita sobre a dívida. Como mencionado, se for de financiamento imobiliário, há a opção de fazer a portabilidade e reduzir o custo e as parcelas. É necessário avaliar se a dívida pode ser renegociada ou trocada por outra de menor custo e taxa de juros. Também é preciso saber se ela pode ser acomodada no orçamento. De forma geral, as dívidas apresentam alto custo e, em teoria, quem tem uma reserva de emergência não deveria pagar juros de prestações de cheque especial, de rotativo do cartão de crédito ou mesmo de empréstimo pessoal.

Se a reserva está aplicada em renda fixa, como é recomendado, está rendendo menos do que os juros dessas parcelas. Portanto, se as dívidas às quais se refere estão relacionadas a essas linhas de crédito, é importante considerar o uso da reserva de emergência para quitação ou amortização. Ao negociar com o banco ou o credor, verifique se a quitação antecipada proporcionará algum desconto.

De qualquer maneira, é uma decisão que deve ser tomada após seguir todos estes passos: avaliação do tamanho da reserva, montagem do fluxo de caixa e do orçamento, e análise das possibilidades de renegociação da dívida. Cumpridas essas etapas, é maior a chance de manter a reserva ativa mesmo que precise reconstruí-la. O fato de tê-la representa segurança e certamente foi uma conquista em algum momento da sua história.

Por: Época Negócios


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