Bem empregados e protegidos do coronavírus na quarentena, os executivos não escapam ao lado B desse privilégio: os efeitos nocivos do home office sobre a saúde.
Especializada em check-ups de executivos, a clínica Med-Rio submeteu 300 deles a uma bateria de cinco horas de exames em maio. Absolutamente nenhum dos pacientes havia contraído a Covid-19.
O restante dos exames, em compensação, trouxe um quadro preocupante.
Em 35% dos executivos foi diagnosticada a esteatose hepática, que é o excesso de gordura no fígado. Essa condição é provocada por uma dieta repleta de carboidratos e álcool, associada ao sedentarismo. Antes da pandemia, a incidência nos examinados era de 20%, segundo Gilberto Ururahy, diretor da Med-Rio.
O diabetes do tipo 2, aquele que se adquire, aflige 10% dos pacientes, contra média de 7% em tempos normais. Cerca de 75% dos executivos também estavam acima do peso, ante média de 65% em uma época pré-Covid.
O home office também cobra um preço psicológico desses profissionais, como qualquer um que passe o dia em videoconferências já intuía. O burnout, síndrome do esgotamento total que resulta de níveis elevados e contínuos de estresse, foi diagnosticado em 12% dos pacientes.
Normalmente, essa condição atingia parcela de 5% dos pacientes da Med-Rio. Quase um terço deles (27%) também sofre de insônia, incidência muito maior que no passado (18%).
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