Nove e meia da noite, às escuras, conectada com meu corpo e em calma, trato de não me aferrar a nenhum pensamento, mas penetra na minha mente a lembrança de como cheguei às minhas aulas de ioga.
O corpo avisa quando parar, mas um elevado nível de autoexigência e o sentimento de culpa que muitas vezes nos invade quando somos mães decidiram não me dar esse luxo. Então chego a esse dia, no consultório do médico, em que percebi que após vários anos de maternidade tinha me esquecido de mim mesma e, o pior de tudo, de minhas próprias necessidades.
Que a maternidade esgota não é nenhum segredo, mas apesar de parecer ter chegado ao limite demorei muito para entender que há uma regra básica que não podemos ignorar: É PRECISO CUIDAR DE SI PARA PODER CUIDAR DOS OUTROS.
Durante os primeiros anos de criação, isso é uma missão quase impossível, mas ao mesmo tempo costumam ser os anos mais exaustivos e nos quais mais precisamos dedicar atenção ao autocuidado, e acabamos imersas em um círculo vicioso do qual é difícil sair.
Muitas mães nos esquecemos de tudo isto quando chegamos em casa pela primeira vez com nosso bebê. É importante se libertar da culpa, porque há muitas boas razões pelas quais precisamos cuidar de nós mesmas:
- Porque uma mãe feliz tem filhos felizes.
- É mais fácil ter paciência quando se está em sintonia com seu corpo e mente.
- Custa menos agir com calma quando os conflitos não nos dominam. Ajudar as crianças a canalizarem suas emoções é mais simples e evitamos entrar no seu caos.
- É mais fácil que seus filhos lhe respeitem se você mesma se respeita. Isso nos devolve a confiança e a autoestima, e nos empodera.
E poderia enumerar mil outras razões, mas não é preciso: “Simplesmente porque merecemos”.
E então, por onde começo?
Faça uma lista em que possa escrever tudo aquilo que a faz se sentir mal, e outra com tudo aquilo que faz você se sentir bem; rasgue a primeira e substitua tudo isso por aquelas coisas que algum dia deixou de fazer, RECUPERE pouco a pouco seu bem-estar.
- Praticar exercício físico.
- Sair com seu cônjuge para jantar quando for possível.
- Sair com amigos.
- Passear pelo campo
- Simplesmente dançar.
Muitas destas coisas poderiam estar na sua lista, e ainda estará pensando num jeito de arrumar tempo para elas, mas cuidar de si mesma e se manter em calma também é possível adotando pequenos gestos com nós mesmas: hidratar-se, praticar alguns minutos de respiração consciente (relaxa e oxigena a mente), escutar música (gera biorritmos positivos e muda o estado de ânimo), tomar um banho prolongado.
Às vezes não damos conta de tudo, e TUDO BEM, tenha consciência disso e corrija antes que seja tarde, REVEJA se você é parte de alguma das prioridades de seu dia a dia. Ame a sua família, respeite e cuide de seus amigos e cônjuge, mas sobretudo cuide e respeite de si mesma.
RUTH ALFONSO ARIAS é educadora certificada de Disciplina Positiva na Espanha e mãe de três filhos. notícias da mídia Notícias pesquisadas em jornais e sites.