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Vida saudável



Publicado em: 06/09/2018

Considerada uma doença incapacitante pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a enxaqueca atinge cerca de 15% da população brasileira e 140 milhões de pessoas ao redor do mundo.

“Tipicamente, a enxaqueca atinge os mais jovens. 30 a 40% dos casos são de pessoas com idade entre 20 e 40 anos”, afirma Gary Jay, neurologista da UNC Health Care. Apesar de não haver um tratamento definitivo para o mal, há algumas técnicas que ajudam a amenizar a dor e entender suas causas.


O que causa enxaqueca?

“A dor é, geralmente, descrita como latejante ou pulsante nas laterais da cabeça, podendo durar de 4 horas até 3 dias” conta Zubai Ahmed, neurologista da clínica americana Cleveland.

A dor pode aumentar ao praticar atividades físicas, a partir de sons ou cheiros. O enjôo também é um sintoma comum.

Há também a enxaqueca com aura, uma doença neurológica que se manifesta por crises precedidas de distúrbios visuais ou sensitivos. “As auras incluem mudanças visuais, sensoriais e cognitivas”, explica o médico Gary Jey.

Cada pessoa pode ter um sintoma diferente, o que faz com que a descoberta da causa da doença seja mais difícil. De acordo com a Fundação Americana de Enxaqueca, os sintomas podem ser genéticos. Se os pais possuem o distúrbio, a chance de os filhos apresentarem também é de de 50 a 75%.

“Enxaquecas são uma condição genética que podem ser programadas por gatilhos, em alguns casos. Todavia, mesmo se os pacientes evitarem esses gatilhos, a genética predisposta vai desenvolver enxaqueca em algum ponto de suas vidas”, conta Ahmed.

Além da herança dos genes, o estilo de vida tem forte influência. De acordo com os médicos viver de forma saudável é fundamental para controlar as dores de cabeça. Alguns gatilhos que podem desenvolver enxaqueca são dietas pouco nutritivas, a falta de exercícios físicos, sono inadequado, repetição de traumas mentais ou estresse.

Livrar-se de vez pode ser quase impossível, mas há passos para controlar a dor

1 Tomar suplementos com riboflavina ou magnésio

Ahmed conta que alguns suplementos com vitamina B2 (riboflavina) e magnésio se mostraram eficientes na prevenção da dor. Um artigo publicado no jornal americano Headache em 2018 descobriu que os pacientes que tomavam 600 miligramas de magnésio tiveram a frequência de enxaquecas reduzidas. Já aqueles que tomavam 400 miligramas de riboflavina tiveram as dores diminuídas para, aproximadamente, duas ao mês.

2 Evitar o estresse

Pode parecer impossível, mas o estresse é um gatilho muito decorrente. “O estresse libera vários químicos no sangue que podem piorar ou levar à enxaqueca, incluindo epinefrina e cortisol. Quando o cansaço do trabalho vai embora, o volume dessas substâncias cai, e as chances da dor cessar são maiores”, afirma Ahmed.

3 Ter os remédios sempre à mão

Quando a dor chega e não há nada que cure, é hora de entrar com os medicamentos receitados pelo seu médico. Ter a receita em mãos é muito mais prático do que agendar uma consulta. Os remédios para enxaqueca são divididos em duas categorias diferentes: abortiva e preventiva. A primeira é para eliminar a dor quando ela aparece e, geralmente, é tratada por remédios que estimulam a presença de serotonina no cérebro.

4 Fazer sexo

Um estudo feito em 2013, pelo departamento de neurologia da Universidade de Münter, na Alemanha, descobriu que a dor reduziu em 60% das pessoas que tinham relações sexuais durante a enxaqueca.

5 Comer natural

As comidas processadas podem causar enxaqueca. “A dieta pode ser um gatilho diferente para cada paciente. É importante identificar quais comidas trazem a dor, a fim de evitá-las”, explica Jay. De acordo com Ahmed, glutamato monosódico, presente em diversos alimentos industrializados, é uma das substâncias que mais causa o distúrbio.

6 Evitar alguns tipos de álcool

Segundo Jay, o álcool contém substâncias com maior probabilidade de causar enxaqueca. Os congêneres são subprodutos de álcoois fermentados e destilados, como vinho, cerveja e uísque. Licores claros como a vodca, por outro lado, podem não ter o mesmo efeito.

7 Fazer botox

O procedimento pode não ser apenas estético. A agência federal americana Food and Drug Administration permitiu a prática para melhorar enxaquecas em 2010. O tratamento é liberado apenas para pessoas com distúrbios crônicos – caracterizados por crises ou aparição de sintomas durante 15 dias no mês.

Os pacientes que testaram o método duas vezes reportaram uma queda na assiduidade da dor em 50%. Trata-se de injetar a substância botulinum toxin nas terminações nervosas, fazendo com que os sinais da dor sejam bloqueados no cérebro.

Cada tratamento, geralmente, envolve 31 injeções na cabeça ou no pescoço.


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