A depressão é uma doença conhecida pela maioria das pessoas, apesar do preconceito e do estigma social. Possivelmente por causa de sua sua alta prevalência (ou seja, por afetar muitas pessoas em todo mundo), a cada dia vemos mais informação e conhecimento científico em torno desta doença.
A depressão é uma das principais causas de afastamento do trabalho, trazendo um grande prejuízo profissional e um enorme sofrimento pessoal e social.
Já a Distimia é um transtorno desconhecido para a maioria das pessoas, embora seja da mesma “família” da depressão. Essa doença de nome esquisito é um Transtorno Persistente do Humor, caracterizada por uma depressão leve, porém de curso crônico. A pessoa que sofre de distimia apresenta sintomas como desânimo, mau humor, infelicidade, indecisão, dificuldades cognitivas (atenção e/ou memória), baixa autoestima, sentimentos de desesperança.
Geralmente também há alterações de apetite/peso e do sono (insônia ou hipersonia). Esses sintomas precisam estar presentes por, no mínimo, 2 anos.
Para quem convive com um distímico, é comum descrevê-lo como uma pessoa pessimista, sem senso de humor, passiva, hipercrítica de si próprios e dos outros, que reclamam facilmente. Além dessa visão mais pesada das coisas, é comum a associação com outros problemas psiquiátricos, tais como ansiedade, abuso de substâncias ou transtorno de personalidade.
Embora não seja tão incapacitante quanto a depressão, a Distimia é um grande problema de ordem social e econômica, já que o distímico passa anos e anos vivendo aquém do que poderia. Trabalha com prejuízos, ama com prejuízos, relaciona-se com as pessoas à sua volta com menor intensidade, vive menos intensamente do que poderia viver.
Como não apresenta sintomas graves como em um episódio depressivo clássico, na maioria das vezes, nem a própria pessoa nota que está doente. A Distimia surge sorrateiramente e vai ocupando seu “lugar” na vida da pessoa, corroendo seu prazer, seu senso de humor, sua paciência, sua energia e alegria. A pessoa vai se entristecendo, achando sua vida mais pesada ou problemática, mas atribui esses sentimentos à problemas vividos em seu cotidiano.
Na minha experiência, na maioria dos casos, a distimia só é diagnosticada quando há uma sobreposição com um quadro depressivo mais grave, o que chamamos na Psiquiatria de Depressão Dupla. Ao conversar com o paciente, descobrimos que os sintomas depressivos que o trouxeram à consulta agravaram-se recentemente, porém já havia uma depressão leve que perdurava há anos.
O tratamento com medicação e a psicoterapia podem devolver a saúde mental e o prazer de vida satisfatória ao distímico. Isso influenciará diretamente na qualidade de vida e na saúde física de quem sofre do distúrbio e nas suas relações pessoais e profissionais. Se você se identificou com esses sintomas ou conhece alguém que pareça sofrer, não deixe de compartilhar essas informações. O conhecimento é melhor forma de vencer o preconceito e a desinformação!
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