Que o diabetes é um mal a ser evitado todos sabemos. Mas muitos se sentem “tranquilos”, numa espécie de zona de conforto, quando fazem exames de glicemia e recebem como diagnóstico que estão numa fase de “pré-diabetes”.
Se sentem aliviados e, ao mesmo tempo, livres para manterem o mesmo estilo de vida. Afinal, ainda não têm a temida doença. É um grande erro, que não deve ser cometido. O alerta deveria, antes, ser encarado como uma oportunidade para atuar preventivamente e evitar chegar à fase seguinte.
Recentemente mais um convincente motivo foi constatado por pesquisadores do Hospital Universitário do Norte da Noruega e divulgado em estudo publicado no “American Journal of Kidney Disease”. Segundo esse trabalho, o pré-diabetes pode causar danos nos rins. Eles chegaram à conclusão a partir de um teste de função renal que mede a quantidade de sangue que passa através dos glomérulos, que são pequenos filtros nos rins que filtram os resíduos do sangue.
Níveis elevados de GFR são um sinal de hiperfiltração, a qual pode, ao longo do tempo, conduzir a danos no rim e insuficiência renal.
O pré-diabetes foi classificado como níveis de glicose em jejum entre 110-125 mg/dL de acordo com o Comitê de especialistas Internacionais de 2009. Ou entre 100-125 mg/dL como definido pela Associação de Diabetes Americana.
No estudo para aferir a relação entre o pré-diabetes e os danos renais foram analisados 1.324 pessoas com idades entre 50 e 62 anos, que tiveram medidos seus níveis de glicose em jejum e de hemoglobina. Os participantes foram acompanhados em períodos, em média, entre cinco e seis anos, sendo que no início do estudo 595 deles estavam em estágio de pré-diabetes.
Os pesquisadores averiguaram os estilos de vida dos participantes e checaram detalhes como ingestão de medicamentos. Após esse processo foi identificado que aqueles que apresentavam pré-diabetes tinham uma mGFR mais elevada quando comparadas com os demais num sinal de hiperfiltração nos rins.
Outra constatação foi a de elevação dos níveis de albumina na urina daqueles que tinham níveis mais elevados de glicose no início do estudo. O que indica um sinal da doença renal.
Relembro alguns fatores de risco para o pré-diabetes, que é um estágio para o diabetes mellitus: o sobrepeso (IMC maior que 25 kg/m²), o acúmulo de gordura na região abdominal, o sedentarismo, a idade superior aos 45 anos de idade, o histórico familiar de casos de diabetes tipo 2; histórico de diabetes gestacional; a hipertensão arterial, o colesterol elevado, o tabagismo, entre outros.
São fatores controláveis, mas que, sem a adoção de nenhuma medida preventiva podem contribuir para que cerca de 1/3 dos pacientes com pré-diabetes desenvolvam a diabetes num prazo de até cinco anos.
Portanto, previna-se. Faça dos exercícios físicos um hábito regular. Diga não ao sedentarismo. Evite o excesso de açúcar, controle sua glicemia. Busque uma dieta equilibrada e aproveite a vida.