Em um momento de crise, cuidar das finanças deve ser prioridade para o empreendedor. Mas essa não é uma missão simples. É necessário controle de custos, planejamento detalhado e acompanhamento frequente para que a empresa não corra riscos desnecessários em um ano difícil.
Segundo Paulo Sérgio Cereda, consultor de Sebrae e palestrante da Feira do Empreendedor SP 2016, que acontece em fevereiro no Pavilhão do Anhembi, muitos empreendedores ainda procuram a instituição para entender como funcionam as finanças dos negócios. “Eles não sabem onde estão os seus investimentos, como foram parar no vermelho ou se estão realmente lucrando”, afirma.
Para todos esses questionamentos, Cereda diz que existe uma única resposta: controle. “Uma boa gestão só existe se o empreendedor possuir números e dados para analisar.” Por isso, os empresários devem se manter organizados com todo dinheiro que entra e sai.
Com o objetivo de facilitar a vida do empreendedor, o consultor do Sebrae reuniu uma série de dicas e recomendações sobre finanças. Confira abaixo:
1. Um bom fluxo de caixa
Considerada a ferramenta mais importante para o setor de finanças de um empreendimento, um fluxo de caixa bem organizado pode fazer toda a diferença para o seu negócio. Existem programas que oferecem este serviço, mas com uma planilha de Excel dividida em colunas de pagamentos e recebimentos o empreendedor já ganha mais controle da empresa.
O ideal é que se realize uma planilha com os dados de um ano inteiro – para prever os meses mais apertados. Caso não consiga, uma atualização a cada 60 dias já pode ajudar. “Tudo que entra e sai de dinheiro da sua empresa deve constar no seu fluxo de caixa. Dessa forma, você vai saber se possui saldo positivo e até mesmo identificar sazonalidades”, diz Cerda.
2. Controle de estoque
Além do fluxo de caixa, recomenda-se que o empreendedor mantenha o controle de estoque muito bem organizado. Um exemplo: produtos no estoque há muito tempo representam dinheiro parado. “Se não tiver tudo registrado, o empreendedor nunca vai saber quanto custou sua matéria-prima.”
Além disso, caso a empresa queira realizar uma promoção, o ideal é que seja feita com produtos que estão no estoque há mais tempo. “Em um ano difícil, é fundamental ter isso na ponta do lápis”, afirma Cereda.
3. Contas a pagar
É interessante ter registrado dentro do fluxo de caixa um bom controle de contas a pagar e receber, detalhando fornecedores e registrando valores antigos. Assim, o dono do negócio poderá criar uma “memória de preço”, controlando de maneira muito mais eficaz os valores cobrados dentro do seu negócio.
4. Corte gastos
“O custos dentro de um negócio são iguais a cabelo e unha: precisa aparar sempre”, afirma Cereda. Por isso, o empreendedor deve saber diferenciar aquilo que é custo do que é desperdício. Por exemplo: energia elétrica para o funcionamento do negócio é um custo necessário; mas esquecer de apagar a luz do banheiro é desperdício. Em anos difíceis, é preciso acabar com todos os desperdícios.
5. Burocracia
No Brasil, a tributação está completamente ligada às finanças de uma empresa. Por isso, o empreendedor deve manter registrado todos os impostos cobrados e pagos na sua cadeia produtiva. “Esse é um cuidado essencial para não pagar multas ou perder mercadorias.”
6. Separe a vida pessoal da profissional
Uma dica básica para quem está começando é não misturar as finanças pessoais com as do negócio. “Ou vai quebrar”, diz Cereda. O lucro é da empresa – e investimento para o seu crescimento. O que o empreendedor pode fazer é definir um salário, de preferência que não “sangue a empresa”. “Pode ser que o negócio jamais renda mensalmente ao empreendedor o que ele imaginava. Ele deve pensar nisso antes de abrir.”
7. Cuidado com os empréstimos
Para os empreendedores que pretendem abrir um negócio utilizando um empréstimo como investimento inicial, vale o aviso: é um risco, pois aumenta a pressão e diminui a lucratividade.
8. Pesquise antes de investir nas franquias
Por seu baixo custo, as microfranquias podem parecer boas opções para quem sempre quis empreender. Mas, assim como qualquer investimento, o empreendedor deve pensar e pesquisar bem antes de realizá-lo. “É uma saída boa desde que o franqueador dê um bom suporte e o empreendedor tenha alguma afinidade com o tipo de negócio realizado pela empresa”, afirma Cereda. mídia notícias da mídia