Pesquisa do Sebrae mostra recuperação das MPEs como "locomotiva" da economia brasileira.
Um levantamento divulgado nesta segunda-feira (21) pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), com informações do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério da Economia, revelou que as micro e pequenas empresas (MPEs) criaram, entre julho e outubro deste ano, quase duas vezes mais vagas de trabalho no Brasil do que aquelas abertas por companhias de médio e grande porte no mesmo período. Foram 714,3 mil postos gerados por aquelas, contra 364,8 mil por estas.
"Esses números comprovam a tese que há muito defendida pelo Sebrae. As pequenas empresas contratam mais na expansão. Por isso é tão importante que desenvolvamos políticas de fomento e crédito para esse segmento vital à economia do nosso país. Elas precisam disso para continuar desempenhando seu importante papel", avaliou o presidente do Sebrae, Carlos Melles.
Os dados evidenciam a rápida recuperação do setor de pequenos negócios, que de março a junho foram os que mais desempregaram, com cerca de um milhão de postos encerrados, contra 606 mil contabilizados pelas médias e grandes empresas. Na avaliação global até outubro, as micro e pequenas empresas anotam saldo negativo de geração de emprego de 26 mil, quase dez vezes menor que aquele apresentado pelas médias e grandes (-215,3 mil). "Com o retorno gradual da atividade econômica, as micro e pequenas empresas voltaram a ser a locomotiva da nossa economia, implementando um ritmo de contratação bem mais forte do que as de maior porte", ressaltou Melles.
A pesquisa também identificou a região Norte como destaque das estatísticas positivas: Roraima e Pará foram os dois estados que mais empregaram no ano até outubro, com índices de 81,12 e 63,21 vagas criadas, respectivamente, para cada mil empregados. São Paulo ficou com o 24º lugar do ranking, com saldo negativo de 13,45, e o Rio de Janeiro foi o estado com o pior desempenho, marcando 41,96 negativos.
Analisando o acumulado de janeiro a outubro, o estudo apontou ainda que as micro e pequenas empresas da Construção Civil foram as que mais empregaram, com 137,1 mil novos postos de trabalho, seguidas pela Agropecuária, com 29,7 mil vagas. Os setores de Comércio e Serviços mantêm saldos negativos de 154,3 mil e 65,7 mil empregos.