Não existe uma dica mágica para ensinar a poupar. Segundo Silvestre, a sustentabilidade financeira está diretamente relacionada a três atitudes:
1- rever os hábitos de consumo (não ser consumista).
2- evitar o desperdício.
3- não contrair dívidas.
"Não desperdiçar é importante, mas o que vai mesmo fazer a diferença é ser menos consumista. Temos que aprender a viver com muito menos do que a sociedade de consumo prega que precisamos ter para sermos felizes", afirma o economista.
Nas últimas décadas, o crescimento na oferta de produtos e serviços foi exponencial. No entanto, não há como gerar renda suficiente para dar conta de toda essa oferta. A saída, então, é aprender a dizer não, ensina.
"Precisamos ter em mente que o dinheiro não vai dar para tudo e aprender a desenvolver um senso muito apurado do que é verdadeiramente importante, impactante para a nossa qualidade de vida: ou porque é necessário ou porque é uma preferência", explica o professor.
Por exemplo: a pessoa considera importante ter um bom plano de saúde. Isso é inegociável. Ao mesmo tempo, não gostaria de abrir mão de comer fora uma vez por semana com a família, por ser uma oportunidade de conexão, de desfrutar um momento especial. Então, terá de fazer cortes em outros lugares, como adiar a compra de uma roupa ou uma viagem.
"Como a oferta de produtos e serviços está crescendo muito, a quantidade de 'não' que dizemos terá que crescer também. Precisaremos de vários 'não' para poder dizer alguns 'sim'", diz Silvestre.
É preciso ser cada vez menos impulsivo, cada vez mais exigente para conseguir poupar e capitalizar e, no futuro, manter um bom padrão de vida.
Silvestre lembra que repensar as prioridades é algo que deve ser feito em família: cabe aos pais, que são supostamente mais maduros e esclarecidos, educar e orientar os filhos para um consumo consciente.
Quando revê os hábitos de consumo, a pessoa percebe os momentos de desperdício, descobre que não precisa tanto do bem assim. Pensar ajuda a não repetir o erro.
PLANEJAMENTO: PENSAR ANTES DE FAZER
Os pontos acima - rever os hábitos de consumo, evitar o desperdício e não contrair dívidas - reforçam a importância do planejamento em todas as áreas da vida, não apenas na financeira.
"É uma coisa simples, fundamental e indispensável: parar para pensar antes de fazer. Se você está no deserto e tem um cantil de água para chegar até o oásis, não vai usar essa água para limpar a bota, não é?", exemplifica Silvestre. E conclui: "Se eu chegar na maturidade e não estiver mais sábio e mais seguro das escolhas que fiz na vida, eu só fiquei mais velho. Não ganhei nada."
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