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Publicado em: 19/12/2019

Com medo de deixar a empresa sem comando, muitos empreendedores resistem a tirar férias. Mas a falta de descanso afeta tanto a saúde do empresário quanto do próprio negócio.

"O risco de esgotamento e de baixa produtividade por excesso de trabalho ininterrupto é muito grande", afirma Jorge Secaf, sócio-diretor da consultoria empresarial Setting.

O empresário Eduardo Prange, 35, chegou a ter um burnout, esgotamento físico e mental por excesso de trabalho, em 2014.

"Foi a melhor das piores coisas que poderiam me acontecer", diz ele, dono da empresa de análise de dados Zeeng.

Isso porque os 45 dias de afastamento compulsório fizeram com que Prange percebesse que o negócio conseguiria caminhar sem a sua supervisão constante. No mês em que esteve fora, sua equipe bateu as metas estabelecidas.

"Pensava que eu era tão importante que, se tirasse férias, a empresa seria prejudicada", afirma. Ver que seus funcionários deram conta do recado o estimulou a ter períodos de descanso mais regulares, ainda que de dez dias por vez.

Homem com barba e camiseta branca segura guarda-chuvaO designer Lucas Gini, 27, no Centro Cultural São Paulo, na capital paulista - Bruno Santos/Folhapress
A saída temporária do dono da empresa pode ser benéfica para a sua equipe, que é desafiada a assumir novas responsabilidades.

É o momento para testar aquele colaborador que parece ter jeito para gerência, diz Lina Nakata, professora do MBA de gestão empresarial da FIA (Fundação Instituto de Administração).

Para Simone Virmond, dona de um hotel em Joinville e de uma consultoria profissional, as férias são também uma oportunidade de reavaliar o seu desempenho como empreendedora. "É quando consigo ter uma visão de fora, verificar falhas e ver como consertá-las", diz.

Uma semana de férias a cada trimestre é o ideal para um empresário, segundo Secaf, da consultoria Setting.

"Esse período vai permitir que ele recupere as baterias, ao mesmo tempo que não deixa a empresa desassistida."

Mas, quando abre um negócio, o empreendedor precisa saber que não deve conseguir tirar folga tão cedo. Nos primeiros dois anos, a companhia ainda depende muito da presença e das decisões do dono, afirma Nakata, da FIA.

Outra razão é financeira. No começo, qualquer lucro deve ser direcionado ao crescimento do empreendimento, então sobra pouco para uma semana de viagem.

A nutricionista Karol Deliberato, 32, passa por essa situação. Há três meses, ela deixou um consultório próprio para fundar uma clínica de saúde e estética, que leva seu nome e tem ainda psicólogos, nutrólogos e massagistas.

Quando trabalhava sozinha, costumava tirar férias de até três semanas nos recessos escolares, época de baixa demanda para as consultas.

Com a clínica, percebeu que vai ser diferente. Como o espaço reúne diversos serviços, a procura não cai tanto em dezembro, janeiro e julho.

A administração do local toma mais do seu tempo, e o custo de manter o espaço fechado é muito maior.

Deliberato tinha pensando em sair de férias no Natal, mas já desistiu da ideia e planeja tirar uma semana de folga só a partir de meados de 2020.

Mesmo quando tiver um momento de descanso, a nutricionista prevê que não deve conseguir se desligar do que acontece na clínica.

É preciso planejamento para que as férias não se transformem em trabalho remoto. Um mês antes do afastamento é o momento para começar a se preparar, segundo Secaf.

A recomendação é reunir equipe para definir as tarefas que precisarão ser feitas e a quem recorrer em caso de problemas. Por último, o empresário deve concluir todas as atividades que não podem ser delegadas.

Ele deve avisar os clientes sobre a saída e deixar um contato telefônico —só para casos de emergência.

Mulher com vestido marrom sentada em sofáA nutricionista Karol Deliberato, 32, em sua clínica na zona sul de São Paulo - Gabriel Cabral/Folhapress
Simone Virmond tem uma sócia que assume a consultoria quando ela precisa tirar férias. Já no hotel, o parceiro é seu marido, o que impossibilita a troca entre eles nos períodos de descanso.

Para sair com tranquilidade, eles contratam temporariamente um antigo funcionário da empresa, que trabalhou ali por 12 anos. O acordo é feito com meses de antecedência, para garantir que as agendas coincidam.

Se não for possível contar com uma pessoa de confiança que conheça bem o negócio, vale até chamar amigo ou parente durante um período mais curto. Para que ele saiba como agir, é indicado que acompanhe o empresário por pelo menos uma semana.

Já quando o profissional é a sua própria empresa, caso de microempreendedores individuais e demais autônomos, não há para quem delegar as tarefas.

O designer gráfico e ilustrador Lucas Gini, 27, não tira férias desde 2017, quando começou a atuar como freelancer.

Um empecilho para se afastar é o medo de que surja um trabalho interessante e que ele não possa fazê-lo por estar de férias, o que também significa uma perda financeira.

"Dificilmente esse cliente vai ter prazo para esperar eu voltar, então ele vai dar a tarefa para outra pessoa", afirma.

Por causa da rotina sobrecarregada, o designer teve um início de esgotamento neste ano. Nesse período, trabalhou aos fins de semana e em várias madrugadas.

Ter um contrato fixo com um cliente deu estabilidade para que ele conseguisse separar duas semanas para descansar, em fevereiro de 2020. Para não perder outros trabalhos, já avisou outras empresas que atende sobre o afastamento e vai deixar tudo pronto antes da data.

Segundo ele, seria necessário ter um planejamento prévio de todo o ano para ter férias regulares como autônomo, o que ainda não é possível. "Você precisa construir um nome no mercado para poder fazer isso."
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