O Natal está chegando. Que bom! Considero como uma das épocas mais bonitas e representativas do ano. Um período de reflexão e porque não dizer, de engrandecimento. Uma mágica que nos remete a um olhar mais fraterno, à compreensão e tolerância com todas as pessoas que nos cercam.
Apesar de estarmos ainda em setembro, de muita gente nem estar envolvida com este espírito e, muito menos, com os preparativos e planos para a época, existe um contingente de pessoas que já começa a pensar, mais detidamente, neste período e a se mexer. Pelo menos, estas pessoas já deveriam estar atentas e até tomando as devidas providências, pertinentes à categoria profissional constituída por elas.
Estou me referindo à categoria dos empresários do comércio varejista, os lojistas, que tanto esperam por este período, afinal, trata-se do momento de faturar com as vendas. Para eles é fundamental a oportunidade para o equilíbrio das contas e até para a geração de recursos necessários ao próprio crescimento do seu negócio. Isto sem contar com a realização de sonhos pessoais de consumo. Nada mais justo, não é mesmo?
Eu já falei sobre este assunto aqui no nosso espaço. Concordo. A questão é que quero pedir licença para reafirmar minha opinião e mais ainda, enfatizar sobre os pontos importantes e estratégicos que devem ser observados por esta categoria, que eu prezo tanto e considero tão importante, para não dizer, fundamental à nossa economia, a do empresário do comércio.
Trata-se de uma prática costumeira, a de se contratar vendedores extras para o natal. É comum nesta época depararmos com os cartazes nas fachadas das lojas: “Precisa-se de vendedores”. Uns ainda se dão ao trabalho de colocar no anuncio: “Com experiência”.
Para ser mais realista, deixam para a última hora, ou seja, em novembro, as moças e rapazes são contratados e inseridos na empresa para “ajudarem nas vendas”. Na grande maioria, nunca venderam nada na vida e, muito menos consideram a oportunidade como um ingresso na profissão. Chega a ser cômica, para não dizer, trágica, a situação e desempenho dos recém contratados em muitas lojas de varejo.
Na maioria dos casos, estão lá para defender uns trocados e poderem passar um carnaval melhor com a turma de amigos ou, em casos também comuns, e mais louváveis, garantirem a matricula no curso que pensam cursar.
O que quero dizer é que deve haver mais critério e profissionalismo neste processo. Mais cuidado com a “Marca”e com a “Imagem” da empresa. Mas, o cuidado maior deve ser com a sua “Clientela”.
Sim, pois ela se constitui no seu grande patrimônio, conseguido com muito trabalho e que pode virar as costas para a empresa pelo simples fato de não ter sido bem atendida, pela “mocinha” ou pelo “rapazinho” contratado a “toque de caixa” e sem treinamento prévio. Ai está o prejuízo, agregado ao que será pago aos “vendedores” contratados para “ajudar”.
Chega de amadorismo. Vamos tratar a empresa como ela merece, ou pelo menos, vamos ser responsáveis no sentido de considerarmos toda uma vida de investimento e trabalho na busca de clientes, como uma tarefa de respeito e que merece prosseguimento.
As contratações são necessárias, eu sei muito bem. Mas façam isto com a antecedência necessária, que permita treinar e preparar os ingressantes para esta difícil e nobre tarefa: a de atender bem a um cliente e desenvolver com ele a arte de negociação.
É preciso se ter a consciência de que além da inexperiência dos jovens admitidos, ainda há toda a bagagem de insegurança motivada pela atividade e situação inédita em suas vidas. É ai que entra a importância de um bom e elucidativo edital de convocação e de uma cuidadosa e criteriosa seleção.
Após este último passo, e o da consequente contratação, deve-se iniciar as atividades dos mesmos, começando pela ambientação, apresentação de setores, com suas devidas explicações, e de todo o mecanismo de funcionamento da empresa, com seus métodos, políticas e normas internas de convivência.
Para que ambos fiquem tranqüilos, empresários e admitidos, o esperado neste processo, após as etapas descritas acima, o fundamental é o treinamento previamente elaborado, relativo às funções que irão desempenhar. Normalmente para a condução deste procedimento, recorre-se a um gerente do setor ou até a um profissional externo.
Com estes passos sendo aplicados, com planejamento, esmero e profissionalismo, a empresa realmente se prepara para o movimento intenso de vendas, sem incorrer no erro de, ao invés, de ganhar novos clientes, perder alguns dos antigos e leais.
Bom Natal. E boas vendas! Luiz Antonio Farina Dias , Consultor Empresarial. Engenheiro, Economista. Pós Graduado em Gerência Empresarial pela FACESM. Pós Graduado em Qualidade e Produtividade pelo Departamento de Engenharia de Produção da UNIFEI. Mestre em Engenharia de Produção pela UNIFEI. Professor Universitário. Para falar com o autor, use o e-mail luizfarina@bol.com.br