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Vida saudável



Publicado em: 24/06/2015

Enquanto o verão é caracterizado por conjuntivites bacterianas e a primavera por conjuntivites alérgicas, no inverno a queda da umidade relativa do ar costuma piorar os sintomas de quem tem a síndrome do olho seco, ou olho ressecado, que inclui sensações de queimação, areia, embaçamento, entre outros. “Porque é uma época de umidade mais baixa, na qual as pessoas que já têm um ressecamento ocular tendem a sofrer um pouquinho mais”.

Durante a fase do inverno, Safady destacou que se a pessoa tiver que permanecer em ambientes mais agressivos, com ar condicionado muito forte, ou sujeito a vento ou poeira, é preciso tomar cuidados adicionais. O colírio, por exemplo, “que é, normalmente, uma lágrima artificial que o paciente utiliza, deve ser usado mais vezes”. Marcus Safady lembrou que em viagens de avião que duram mais de oito horas, o passageiro deve, além de beber muito líquido e lavar o rosto, pingar colírio, ou lubrificante ocular, de meia em meia hora. “São maneiras de minorar as complicações que o meio ambiente traz para o paciente com olho ressecado”.

Essa síndrome do olho seco difere de região para região do Brasil, “porque varia com a umidade do ar. Quanto menor a umidade, mais sintomas vai ter esse paciente e mais cuidados e mais frequência de uso desses colírios”, explicou. Ele acrescentou que é muito comum um paciente que tem a síndrome do olho seco equilibrada no Rio de Janeiro e se muda para Brasília ter uma piora no quadro de ressecamento ocular, além da parte respiratória, em certas épocas do ano em que a umidade cai ainda mais. “A regionalidade do problema é proporcional à umidade do ar”, enfatizou.

Safady observou que o computador também desencadeia sintomas de ressecamento ocular para uma pessoa que normalmente não tem essa síndrome. Isso é agravado se o ambiente tem ar condicionado muito frio. “Só o uso do computador, por si só, e vários estudos mostraram isso, diminui o índice de piscar, que faz a lágrima renovar e proteger o olho de maneira eficaz”.

De acordo com o oftalmologista, a gente pisca, em média, uma vez a cada seis ou dez segundos. Estudos indicam que quando a pessoa está no computador, ela chega, às vezes, a ficar 30 segundos sem piscar, com repercussões na lubrificação ocular e nos sintomas de ressecamento. A recomendação do especialista é que a pessoa procure piscar mais vezes diante do computador. A média ideal é piscar a cada dez segundos. “Ao mesmo tempo, piscar mais e instilar mais o colírio protetor. A orientação básica é essa: piscar e lubrificar”.

Safady admitiu que o uso de umidificadores em casa ou no trabalho pode ser útil durante o inverno, aumentando a umidade do ar e melhorando os sintomas da síndrome. Em relação ao uso de óculos escuros durante o inverno, disse que não há contraindicação. Os óculos protegem mais mecanicamente contra vento ou poeira, mas não proporcionam nenhuma vantagem terapêutica. A pessoa pode usar óculos escuros se a incidência de luz incomodar.



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