O ataque de criminosos brasileiros a contas bancárias se tornou uma grande preocupação nos últimos anos.
Pesquisas da Kaspersky de 2009 mostrou que 95% dos vírus produzidos no País tinham por finalidade roubar dados financeiros. Em âmbito global, o Brasil produziu 36% de todos os trojans bancários naquele ano. A empresa garante que os números atuais não são muito diferentes.
Outro levantamento, do Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança (Cert.br), mostra que notificações sobre tentativas de fraude com o uso de Cavalos de Troia representam 43% das notificações de tentativas de fraude no terceiro trimestre de 2011, aumentando de 18% em relação ao mesmo período de 2010.
Eles são trojans (não só bancários) usados para infectar a máquina da vítima com um código que furta suas credenciais em sites de comércio eletrônico e bancos, número de cartão de crédito e login de sites de redes sociais, por exemplo.
A analista de segurança do Cert.br, Mirian Von Zuben, observa maior ocorrência de tentativas de fraudes relacionadas a novas campanhas.
“Os atacantes costumam explorar assuntos em destaque no momento, como o lançamento de um novo dispositivo de segurança ou a unificação de bancos, para tentar enganar os usuários”, diz.
A punição para esse criminoso, porém, ainda não encontra resposta definida no Brasil. Há três iniciativas em curso: a Lei Azeredo, que, há mais de dez anos em tramitação, não gera consenso no governo nem na população ao tentar tipificar 11 crimes; o Projeto de Lei Alternativo, do deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), que define apenas três crimes e o Marco Civil, projeto de lei cuja intenção é estabelecer direitos e deveres na internet.
Hoje, a maior parte das decisões são tomadas por jurisprudência.