Novo CEO da TCI BPO, empresa fornecedora de soluções para terceirização de serviços, Luiz Cláudio Barone, de 52 anos, diz que não acredita na dicotomia entre vida pessoal e vida profissional. Formado em engenharia em 1981, terminou sua pós - graduação em administração na Fundação Getúlio Vargas em 1984. Começou a carreira de executivo como trainee no antigo Banco Noroeste. Foi galgando posições nas empresas pelas quais passou na área química (Rohm and Hass, atual Dow Química), de destilaria (a United Steelers, hoje Diagio) e pela israelense Millenia Agro até chegar à TCI.
* O que você procura nas pessoas para trabalharem na empresa?
Eu sempre foco minha atenção no lado pessoal, no lado atitude, mais do que no conhecimento técnico.
Hoje, você pode dar conhecimento e a pessoa pode adquirir conhecimento muito barato. Adquirir conhecimento é uma questão de vontade. Está disponível até num cibercafé. Então, o que faz total diferença num profissional é a atitude dele perante a empresa, perante o negócio. É a proatividade, é não ficar esperando alguém mostrar o caminho, é ir atrás, é ter coragem de assumir novas responsabilidades, é saber se relacionar com os colegas, porque ninguém faz nada sozinho.
* Vida de executivo é puxada. Como fica a vida pessoal?
Eu não consigo fazer nada na minha vida se eu não tiver certeza de que a minha família está bem, de que eu estou bem junto com ela. Eu só acredito em ser humano integral, não tenho vida pessoal e profissional: eu tenho uma vida, da qual a minha família faz parte, e a minha profissão também. Eu compartilho minhas dores e minhas alegrias com minha mulher e meus filhos, vivo intensamente a vida deles. Há muito tempo eu li um livro, na verdade eu nem li o livro, porque a primeira página dele foi suficiente para eu nem precisar ler mais.
Chama-se “Administração do Tempo”. A primeira frase do livro dizia: para você definir como administrar o seu tempo, primeiro você precisa saber o que você quer da sua vida. Eu tenho clareza absoluta do que eu quero para a minha vida: eu não quero ser um profissional realizado com uma família destruída ou desagregada. Eu só terei sucesso, se eu tiver do meu lado meus filhos e minha mulher.
* Trabalha-se muito.
Bom, eu não acredito em workaholic, eu não acredito em gente que trabalha 20 horas por dia.
Eu acredito que é preciso focar a sua atenção no que é mais importante, saber o que você quer da sua vida, porque muitas horas de trabalho não querem dizer produtividade. Sou super organizado, minha agenda é organizada, sou rigorosíssimo com horário de reunião, não tomo o tempo das pessoas,porque eu não quero que tomem o meu e chego em casa todo dia para jantar com os meus filhos.
Tenho a disciplina de viajar com minha mulher de férias pelo menos uma semana por ano, só eu e ela. Então, a vida executiva é bastante estressante, não tenho a menor dúvida disso, mas dá para equilibrar vida pessoal e profissional