A neurocientista Michal Schneider Beeri nunca vai esquecer a reação de seu pai quando o informou que seguiria carreira científica, deixando de lado o diploma de administração: “Tudo bem, minha filha, mas como você vai ganhar dinheiro?”. Vinte anos depois, Michal é uma estrela em ascensão no estudo do mal de Alzheimer, trabalhando na Escola de Medicina do Hospital Mount Sinai, em Nova York, e como diretora do Centro de Neurociência do Hospital Sheba, em Tel Aviv.
Filha de um brasileiro e uma chilena, ela atualmente participa da criação de um banco de dados com informações de filhos de portadores de Alzheimer, em Israel, para detectar os primeiros sintomas e ajudar na prevenção da doença.
A senhora escreveu um editorial sobre um estudo da Universidade de Rush, de Chicago, publicado na “Neurology”, segundo o qual ser fisicamente ativo reduz o risco de contrair o mal de Alzheimer. De que tipo de atividade estamos falando?
MICHAL SCHNAIDER BEERI: Qualquer atividade. Os pesquisadores amarraram um aparelhinho no pulso de pacientes com média de idade de 82 anos e mediram todos os movimentos deles por mais de três anos: andar, cozinhar, lavar louça, varrer a casa, dirigir, subir escadas, brincar com os netos. Os resultados mostram que as pessoas, incluindo os idosos, que se movimentam menos, têm duas vezes mais chance de desenvolver o mal de Alzheimer. O importante é se mexer, ser ativo, não importa como e em que idade.
O que mais está provado que ajuda a reduzir o risco de contrair Alzheimer?
MICHAL: Um fator importante é a educação formal. Analfabetos têm mais risco de desenvolver a doença, por exemplo. Quanto mais anos de estudo você tem, menos chance terá de desenvolver a doença. Outro exemplo é a atividade cerebral. É fazer a cabeça funcionar. Isso vale com joguinhos de computador, de cartas, de tabuleiro. Quando você lê o jornal, deve ler não só as manchetes. Deve ler os artigos até o fim, pensar sobre eles, criticá-los, discuti-los com outras pessoas.
Quer dizer que joguinhos no computador não são perda de tempo?
MICHAL: Não, mas é preciso que haja um equilíbrio. Exercícios físicos ainda são mais vantajosos, porque exercitam o corpo e o cérebro ao mesmo tempo. Quando você está jogando bola com os amigos, tem que pensar onde a bola vai cair, calcular a velocidade para chegar até ela, pensar numa estratégia. Isso tudo é exercício mental, além de físico.
Há muito investimento na pesquisa sobre cura e prevenção do mal de Alzheimer hoje?
MICHAL: Está aumentando, mas ainda não pode ser comparado ao financiamento para a cura do câncer, por exemplo. O conceito de investir em velhice ainda não é bem aceito. Mas as coisas estão mudando, porque a demografia no mundo está mudando. A faixa de idade de 85 anos em diante é o segmento populacional que mais cresce.
Mas houve avanços que a senhora considere importantes no tratamento da doença na última década?
MICHAL: Do lado terapêutico, não. Há alguns remédios novos, mas essas drogas têm efeitos colaterais fortíssimos. Houve um avanço grande, no entanto, no entendimento de que a doença começa por volta dos 40 anos de idade, três ou quatro décadas antes da manifestação dos primeiros sintomas clínicos. Quando eles surgem, já é tarde demais.
O problema é detectar os sintomas tão cedo. Procuramos sinais biológicos que acendam uma luz vermelha. A genética é um deles. Mas a maior parte dos casos não tem a ver com genética. Os fatores de risco mais conhecidos são doenças como diabetes e seus sintomas, além de hipertensão, colesterol e triglicerídeos altos, excesso de peso e estresse. Tudo o que é ruim para o coração ou outros órgãos, é ruim para o cérebro.
Sua ligação com o Brasil foi importante para seu sucesso profissional?
MICHAL: Deixei o Brasil com 17 anos mas sinto que a alegria de viver, a animação, a energia positiva que faz as pessoas ao meu redor quererem trabalhar duro, vieram da minha cultura brasileira. Notícias da mídia Exercícios para fazer na cama ao acordar
Quando o despertador toca de manhã sempre bate a preguiça de levantar da cama. Mais 10 minutos de soneca e você já está atrasada, não é? Ao longo do dia, o pescoço começa a doer, suas costas também e você já está na terceira xícara de café. Um jeito muito fácil de evitar todos esses problemas é manter uma pequena rotina de exercícios logo que você acorda. Respiração e alongamento ajudam a despertar e dar mais energia, sabia?
"Estudos mostram que ao despertarmos pela manhã nossos músculos ficam 10% mais curtos e rígidos devido ao repouso prolongado da noite. O alongamento matinal é de grande importância, além de relaxar a musculatura e o corpo, previne dores que ao longo do dia podem ser sentidas", explica a fisioterapeuta e instrutora de pilates do Fit Body Pilates SPa&Estética, Mariana Novaes. São 6 exercícios bem simples que levam só 5 minutos:
stretching
1. Deitada na cama retire seu travesseiro e alinhe bem sua coluna. Estique os braços e as pernas, de modo que seu corpo fique todo esticado. Entrelace suas mãos e estique-as para cima, fazendo uma tração na coluna. Repita esse movimento duas vezes por 20 segundos.
2. Deitada, dobre seus joelhos e leve em direção ao tronco, como se fosse abraçar as pernas. Mantenha por 20 segundos nessa posição e depois repita por mais uma vez.
3. Deitada, apoie seus pés na cama, flexione um pouco seu quadril e leve-o para o lado, deixando sua cabeça para o lado oposto do quadril. (Se levou o quadril para o lado direto, leve a cabeça para o lado esquerdo) Abra bem seus braços e relaxe. Faça dos dois lados, mantendo por 20 segundos na posição de alongamento e repetindo duas vezes.
4. Deitada, apoie os pés na cama unindo-os calcanhar com calcanhar e abra as pernas, fazendo a famosa posição da borboleta. Mantenha na postura de alongamento durante 20 segundos repetindo 2 vezes o movimento.
5. Sentada com o corpo ereto, pegue o braço direito e leve em direção a cabeça, puxando-a para o lado direito. Você irá sentir alongar a região do músculo trapézio e a região cervical do lado contralateral. Repita esse movimento por duas vezes mantendo por 20 segundos e repita no outro lado.
6. Todos os alongamentos devem ser associados a uma respiração lenta e profunda, inspirando o ar pelo nariz e expirando pela boca auxiliando o maior relaxamento muscular. A professora e proprietária da Personal Work, Adriane Lafemina explica como fazer o exercício:
Deite com as pernas flexionadas, plantas dos pés na cama, mãos abaixo do umbigo e com a ponta dos dedos médios se tocando (se quiser junte os joelhos). Feche os olhos, inspire pelo nariz, sentindo o abdômen inchar: imagine um balão no abdômen, que se enche de ar na inspiração. Expire pelo nariz até o abdômen murchar completamente. Sinta que ao expirar o abdômen se contrai para dentro.
Não force sua respiração, nem muito rápida, nem muito profunda, apenas observe seu ritmo. Experimente deixar sua expiração um pouco mais lenta que a inspiração! Faça o exercício de três a cinco minutos.