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Vida saudável



Publicado em: 22/11/2024

Pesquisa aponta que variações nas taxas de colesterol total estão associadas a um aumento de 60% no risco de demência.

Um estudo apresentado nas Sessões Científicas da American Heart Association (AHA), um dos maiores eventos internacionais de saúde cardiovascular do mundo, revelou uma relação preocupante entre as flutuações nos níveis de colesterol e o aumento do risco de demência em adultos mais velhos.

A pesquisa fez parte do projeto ASPREE (ASPirin in Reducing Events in the Elderly), um estudo de longo prazo realizado nos Estados Unidos e na Austrália com quase 10 000 participantes.

O estudo indicou que variações anuais nos níveis de colesterol total e LDL-C (colesterol “ruim“) estão associadas a um risco 60% maior de desenvolver demência e 23% maior de declínio cognitivo.

Esses dados sugerem que a monitorização regular do colesterol pode ser uma ferramenta importante para identificar precocemente a propensão ao quadro neurológico e reforçam a importância de manter níveis controlados de colesterol para a saúde cerebral.

Acompanhamento do colesterol e risco de demência

O projeto ASPREE envolveu participantes com idade média de 70 anos, sendo 32% usuários de medicamentos para controle de colesterol. Durante os três primeiros anos, os voluntários realizaram exames anuais para medir os níveis de colesterol total, LDL-C, HDL-C (colesterol “bom”) e triglicerídeos. Com base nas flutuações desses níveis, os participantes foram divididos em quatro grupos.

Após seis anos de acompanhamento, os pesquisadores observaram que aqueles com as maiores flutuações nos níveis de colesterol total apresentaram 60% mais
chances de desenvolver demência em comparação com os que mantiveram níveis mais estáveis. Já as flutuações no LDL-C aumentaram o risco de demência em 48% e o de declínio cognitivo em 27%.

O impacto das flutuações no colesterol

As flutuações no colesterol, especialmente no LDL, podem afetar a estabilidade das placas de gordura nas artérias, prejudicando o fluxo sanguíneo e a oxigenação do cérebro, o que pode acelerar o colapso cognitivo. Essas flutuações também podem refletir instabilidade na saúde geral ou problemas metabólicos, fatores que contribuem para o comprometimento do cérebro ao longo do tempo.
Além disso, os cientistas acreditam que o monitoramento anual dos níveis de colesterol total e LDL-C por exames de sangue poderia se tornar um
biomarcador para identificar pessoas com maior risco de demência e declínio cognitivo.

Embora o estudo ainda não tenha sido revisado por pares nem tenha tido resultados replicados por outros grupos, seus achados indicam que a estabilidade do colesterol pode ser um fator crítico na contenção de doenças neurodegenerativas.

Por: Ligia Moraes




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