São muitas as polêmicas que existem sobre restringir ou não o glúten da dieta. Há quem defenda sua importância, já outros acreditam que a proteína encontrada em grãos como trigo, aveia, e cevada pode facilmente ser cortada da alimentação sem nenhum dano severo à saúde.
Recentemente, uma pesquisa divulgada por cientistas da Universidade de Harvard associou o baixo consumo de glúten ao aparecimento de diabetes. De acordo com o estudo, pessoas que consomem mais a proteína estão menos propensas a desenvolver a doença em comparação às que ingerem menos glúten.
Para entender melhor se cortar o glúten da alimentação é uma medida positiva ou não – mesmo quando não há nenhum tipo de intolerância à proteína, EXAME.com conversou com duas especialistas em nutrição sobre os mitos e as verdades que envolvem essa e outras polêmicas sobre o glúten. Confira a seguir:
1 – O glúten faz mal à saúde?
De acordo com Bárbara Rita Cardoso, membro da Câmara Técnica do Conselho Regional de Nutrição – 3 e doutora em ciência dos alimentos, as pessoas têm tido acesso a informações erradas, o que as leva, de maneira equivocada, a acreditar que o glúten faz mal para todos.
“O glúten não é maléfico para as pessoas que não apresentam intolerância ou alergia. Desse modo, ele pode fazer parte de uma alimentação saudável e variada”, explica.
2 – Dieta livre de glúten ajuda na perda de peso?
Para Natasha Terra, especialista em nutrição esportiva, a dieta sem glúten pode ajudar na perda de peso, mas não devido ao glúten em si, e sim devido às mudanças alimentares.
“Quando as pessoas retiram o glúten da dieta, elas acabam retirando alimentos industrializados e com alto índice glicêmico como pães, massas, bolos, torradas, pizzas e bolachas, e isso faz com que haja uma redução calórica e consequentemente perda de peso. Ou seja, qualquer dieta mesmo com glúten a qual há redução de calorias fará com que a pessoa emagreça”, afirma.
3 – Existem formas saudáveis de consumir glúten?
Sim. Segundo Natasha, as formas mais saudáveis seriam os alimentos que possuem menor índice glicêmico, como os produtos integrais (macarrão, pão e bolos), com um tipo de açúcar mais saudável também como o mascavo, por exemplo.
4 – Alimentos sem glúten são mais saudáveis que as versões com glúten?
Não necessariamente. Há, por exemplo, alimentos sem glúten que são ricos em açúcar e têm algo índice glicêmico, o que não é considerado saudável, explica Bárbara.
5 – Algumas doenças, como a tireoide, podem piorar com o consumo de glúten?
Se a pessoa apresentar algum distúrbio autoimune da tireoide, o tratamento dietético, através de uma dieta sem ou com baixo consumo do glúten, pode melhorar os sintomas e retardar a progressão da doença.
“A doença celíaca e os distúrbios autoimunes da tireoide possuem a mesma predisposição genética. Essa predisposição pode explicar a maior incidência de doenças autoimunes da tireoide entre os celíacos. As pessoas portadoras da tireoide de Hashimoto, por exemplo, podem desencadear a doença celíaca e vice-versa”, afirma a especialista.
6 – Qual a diferença entre doença celíaca e intolerância ao glúten?
Na doença celíaca, existe uma resposta autoimune ao glúten quando a proteína entra em contato com o intestino. Os sintomas desencadeados são relacionados à morfologia e digestão, sendo eles: diarreia, danos à parede do intestino, má absorção e, consequentemente, desnutrição.
Já a intolerância ao glúten, também chamada de sensibilidade ao glúten, gera uma intolerância às proteínas (gliadina e glutenina), a qual sua absorção é prejudicada. Os sintomas também são intestinais e melhoram ou desaparecem após a retirada de alimentos com glúten, explica Natasha.
7 – Quais os benefícios do glúten para saúde?
O glúten é uma proteína de origem vegetal que, assim como outras proteínas, fornece substrato para funções celulares.
“É importante mencionar, porém, que essa proteína não é essencial para o organismo, e uma alimentação sem glúten, quando bem orientada, pode também ter todos os nutrientes necessários para o organismo”, afirma.
8 – O consumo exagerado de glúten pode trazer malefícios para saúde?
O consumo exagerado de qualquer alimento faz mal à saúde.
“O glúten por ser encontrado em alimentos fontes de carboidrato, se o consumo for exagerado, irá trazer malefícios para a saúde como o ganho de peso, que pode vir acompanhado de doenças crônicas não transmissíveis, como por exemplo, a resistência à insulina. E por conter substâncias que aumentam a absorção de água no intestino, o excesso pode causar desconfortos abdominais e intestinais”, afirma Natasha.
9 – A obesidade tem alguma relação com o consumo exacerbado do glúten?
De acordo com Bárbara, não há qualquer estudo que comprove a eficácia da retirada do glúten como estratégia isolada para emagrecimento. Ela ainda explica que é importante deixar claro que os alimentos glúten free não necessariamente têm menos calorias.
10 – Existem proteínas que podem substituir o glúten na dieta?
A zeína, uma proteína presente no milho, pode substituir o glúten da dieta. É possível, inclusive, fazer preparações como massas e bolos com a mesma consistência do glúten.
“Hoje em dia, há diversas opções de produtos sem glúten para serem usados em preparações e produtos já prontos. Há algumas farinhas que podem substituir preparações que possuem glúten, como a farinha de arroz, milho, amêndoas, macadâmia, coco, amaranto”, afirma Natasha.
Notícias da mídia Exercícios para fazer na cama ao acordar
Quando o despertador toca de manhã sempre bate a preguiça de levantar da cama. Mais 10 minutos de soneca e você já está atrasada, não é? Ao longo do dia, o pescoço começa a doer, suas costas também e você já está na terceira xícara de café. Um jeito muito fácil de evitar todos esses problemas é manter uma pequena rotina de exercícios logo que você acorda. Respiração e alongamento ajudam a despertar e dar mais energia, sabia?
"Estudos mostram que ao despertarmos pela manhã nossos músculos ficam 10% mais curtos e rígidos devido ao repouso prolongado da noite. O alongamento matinal é de grande importância, além de relaxar a musculatura e o corpo, previne dores que ao longo do dia podem ser sentidas", explica a fisioterapeuta e instrutora de pilates do Fit Body Pilates SPa&Estética, Mariana Novaes. São 6 exercícios bem simples que levam só 5 minutos:
stretching
1. Deitada na cama retire seu travesseiro e alinhe bem sua coluna. Estique os braços e as pernas, de modo que seu corpo fique todo esticado. Entrelace suas mãos e estique-as para cima, fazendo uma tração na coluna. Repita esse movimento duas vezes por 20 segundos.
2. Deitada, dobre seus joelhos e leve em direção ao tronco, como se fosse abraçar as pernas. Mantenha por 20 segundos nessa posição e depois repita por mais uma vez.
3. Deitada, apoie seus pés na cama, flexione um pouco seu quadril e leve-o para o lado, deixando sua cabeça para o lado oposto do quadril. (Se levou o quadril para o lado direto, leve a cabeça para o lado esquerdo) Abra bem seus braços e relaxe. Faça dos dois lados, mantendo por 20 segundos na posição de alongamento e repetindo duas vezes.
4. Deitada, apoie os pés na cama unindo-os calcanhar com calcanhar e abra as pernas, fazendo a famosa posição da borboleta. Mantenha na postura de alongamento durante 20 segundos repetindo 2 vezes o movimento.
5. Sentada com o corpo ereto, pegue o braço direito e leve em direção a cabeça, puxando-a para o lado direito. Você irá sentir alongar a região do músculo trapézio e a região cervical do lado contralateral. Repita esse movimento por duas vezes mantendo por 20 segundos e repita no outro lado.
6. Todos os alongamentos devem ser associados a uma respiração lenta e profunda, inspirando o ar pelo nariz e expirando pela boca auxiliando o maior relaxamento muscular. A professora e proprietária da Personal Work, Adriane Lafemina explica como fazer o exercício:
Deite com as pernas flexionadas, plantas dos pés na cama, mãos abaixo do umbigo e com a ponta dos dedos médios se tocando (se quiser junte os joelhos). Feche os olhos, inspire pelo nariz, sentindo o abdômen inchar: imagine um balão no abdômen, que se enche de ar na inspiração. Expire pelo nariz até o abdômen murchar completamente. Sinta que ao expirar o abdômen se contrai para dentro.
Não force sua respiração, nem muito rápida, nem muito profunda, apenas observe seu ritmo. Experimente deixar sua expiração um pouco mais lenta que a inspiração! Faça o exercício de três a cinco minutos.