Revista O Empresário / Número 169 · Agosto de 2012
Quem não paga a totalidade da fatura do cartão de crédito, adiando parte dos valores para o mês seguinte, acaba se expondo ao crédito rotativo, utilizado como forma de refinanciamento da dívida do cartão. Tal crédito cobra taxas de juros altíssimas, cuja média é de 237,9% ao ano. Essa taxa, comparada às cobradas em outros países da América Latina, coloca o Brasil, com folga, na primeira posição da lista. É que o segundo colocado, a Argentina, pratica uma taxa cinco vezes menor, de 50% ao ano. Essa taxa faz com que o brasileiro que adia, por 12 meses, o pagamento de R$ 1 mil na fatura de um cartão que cobra 18% a.m acumule uma dívida de R$ 7.287,59.
Hessia Costilla, economista da Proteste começou a acompanhar o segmento de cartões de créditos em 2004. “Desde então, a taxa só cresce”, afirma, indo na contramão da taxa SELIC que foi reduzida quase pela metade, saindo de 16,5% para 8,5% ao ano. Hoje, há quem pratique juros, no cartão, de 600% ao ano. Há três anos, não passava de 400%.