Ter fluência em várias línguas, intercâmbio no exterior, cursos de especialização ou domínio perfeito do Pacote Office. Todas essas qualidades podem ser desperdiçadas em uma seleção para estágio, se o estudante não souber falar ou escrever o português corretamente. A deficiência é cada vez mais presente no mercado, segundo recrutadores. Tanto que pesquisa do Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube) mostra que 40% dos candidatos são reprovados no teste justamente por isso. Essa falha é vista também em profissionais mais experientes.
O problema é considerado tão grave para algumas funções que, mais do que servir como critério de desempate, pode eliminar candidatos da disputa. “O português é fator decisivo para que o candidato se saia bem no processo seletivo, antes de qualquer outra língua”, afirma a supervisora de seleção e recrutamento do Nube, Aline Barroso. Segundo ela, o português fraco é uma das maiores deficiências dos candidatos. Segundo Gilberto Cavicchioli, professor da ESPM no curso de pós-graduação nas disciplinas de gestão de pessoas, a maioria dos erros é dos candidatos mais jovens e a tolerância das empresas para isso é bem pequena. “O problema com os jovens pode estar ligado ao “linguajar de computador” - abreviações e gírias que usam para conversar nas redes sociais. São erros de português muito básico, o que faz com que as empresas interpretem isso de forma muito negativa”, diz.