Desde agosto, o governo tenta reduzir os efeitos da crise no Brasil. Em uma ação coordenada, o juro caiu e os impostos foram cortados para levar mais brasileiros às compras. O plano é que o crédito seja um dos motores da reação da economia.
A ação, porém, parece que esbarra na realidade: com medo da crise e diante da maior inadimplência em dois anos, bancos resistem em diminuir o juro do crédito ao consumo, como no financiamento de veículos e no crediário de loja.
No crédito pessoal a situação é ainda pior, já que a taxa média subiu desde agosto, quando o Banco Central começou a reduzir a taxa básica de juros, a Selic. Desde o início dessas mudanças, no fim de agosto, até a última semana de novembro - antes do corte do juro no dia 30, a taxa Selic havia sido reduzida em um ponto percentual, para 11,5%, uma diminuição equivalente a 8% da taxa.
Nos empréstimos, porém, a evolução foi bem diferente: no crédito pessoal, por exemplo, a despeito da Selic menor e do esforço do governo em incentivar os financiamentos, os cinco principais bancos de varejo elevaram, na média, o custo desse dinheiro em 2,5% no período. No crédito para a compra de veículos, o juro seguiu praticamente estável, com leve recuo equivalente a 0,4%. A linha com melhor desempenho é o financiamento de loja, cuja taxa média caiu proporcionalmente 3,7%. Mesmo assim, a metade da redução da Selic.