Revista O Empresário / Número 139 · Fevereiro de 2010
Imagine o seguinte: você acorda uma manhã e rapidamente descobre que tudo o que você imagina aparece instantaneamente, por mágica, na sua frente. Você pede um carro esportivo novinho e puf!, ele aparece na sua garagem. Você pede para ficar com um corpo maravilhoso e puf!, você se transforma. “Isto é divertido”, você começa a pensar.
Você pede um bilhão de dólares na sua conta e, de repente, o dinheiro está lá. Aí, você raciocina que na verdade nem vai usar aquele dinheiro, porque não precisa comprar mais nada. É só pedir. Você pede um computador novo, um filhote de cachorro, uma mansão, alguém para amar. Tudo aparece instantaneamente. As manifestações físicas de todos os seus desejos começam a rodeá-lo.
Depois de certo tempo, a coisa fica fora do controle. Mesmo o mais simples dos pensamentos causa um puf! E outro artefato aparece no topo da pilha, cada vez maior. De repente, a brincadeira começa a ficar chata e sem sentido. Do que adianta tudo isso? Você começa a ficar ressentido com seus desejos, porque eles estão enchendo sua vida de lixo inútil. Você não consegue escapar.
Finalmente, você deseja não ter mais este poder, e esse desejo também é concedido. Instantaneamente, toda a pilha de coisas que tinha aparecido desaparece e você é deixado apenas com a experiência e um pouco mais de sabedoria.
Você começa a ter uma profunda e renovada apreciação pelo valor do esforço. Você descobre que seus desejos não são satisfeitos pelos objetos que você deseja, mas sim pela pessoa em que você se transforma ao procurar realizar esses desejos. Se você pudesse ter qualquer coisa que existe no mundo, a vida que você tem hoje – mesmo com suas lutas e frustrações – é o que você escolheria em lugar de todo o resto.