Revista O Empresário / Número 181 · Agosto de 2013
Aqui está algo para se pensar. “Empregadores, instituições de ensino e jovens vivem em mundos paralelos.” Quem contrata, afirma que os recém-formados estão pouco preparados para o trabalho. Gastam, em média, 20 dias treinando quem acaba de entrar no quadro de funcionários e garantem que pagariam salários maiores aos que chegassem prontos para entregar os resultados esperados.
Por outro lado, quem prepara os futuros profissionais diz que eles estão, sim, capacitados para assumir uma posição assim que saem da faculdade e os jovens, bem, eles pouco sabem sobre as perspectivas profissionais e do mercado que escolheram. O retrato da desconexão entre a juventude, as empresas e a rede de ensino pode – até mesmo parecer leviano – para quem o vê assim em breves brutas linhas, mas o fato é que, para chegar a essa conclusão a especialista em práticas de ensino Mona Mourshed, diretora da consultoria McKinsey, e equipe entrevistaram aproximadamente mil instituições de ensino, 4,5 mil jovens e 3 mil empregadores em nove países. Além disso, revisitaram cerca de cem estudos de caso abrangendo 25 países.
Na pesquisa feita no Brasil, um dos dados que chamou a atenção da coordenadora foi o fato de as escolas técnicas e de ensino superior elencarem como última de dez prioridades a conexão entre os estudantes e as empresas. “Observamos isso tanto nas escolas privadas quanto na rede pública”, afirmou Mona.
De forma geral, as escolas no Brasil e no mundo parecem preocupadas em atrair e manter os estudantes até a conclusão dos cursos, mas não sabem o que acontece com eles depois. Pelo estudo, essa é uma dificuldade enfrentada por jovens em todo o mundo. Quase metade dos estudantes escolheram suas profissões baseados apenas na opinião e nas informações da própria família. Apenas 40% conheciam as reais oportunidades de trabalho proporcionadas pela carreira escolhida.