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Publicado em: 07/06/2020

De um modo ou de outro, todos foram afetados pela crise do coronavírus. No que compete o mundo das finanças, o isolamento necessário para conter a disseminação da pandemia fere a economia, prejudica o caixa das empresas, extingue empregos e corta a renda.

Muitos dos cerca de 38 milhões de trabalhadores informais, que dependem de demandas diárias, estão com renda quase zerada. Outro tanto, que tinha carteira assinada até algumas semanas atrás, agora está sem emprego e vai depender do FGTS ou do seguro-desemprego para comprar o básico.

Mesmo para aqueles que estão empregados pode, com aval de uma Medida Provisória, haver redução de salários. Se infelizmente este é o seu caso, use nossa Calculadora de redução de salário para saber o quanto deve receber. Desta regra, inclusive, até os servidores públicos perigam ser atingidos.

De acordo com a planejadora Luciana Ikedo, ninguém escapou da crise do covid-19. Ela atingiu, de maneiras e com forças diferentes, famílias de todas as camadas sociais: profissionais informais, liberais, empresários, os chamados ‘ricos’, além de assalariados.

“Todos devem sofrer, nos próximos meses, os impactos da pandemia e ter uma redução importante na renda sem que, neste momento, seja possível determinar por quanto tempo esse período durará”, afirma Luciana.

Você vai precisar buscar um novo equilíbrio, fazer cortes e talvez, a depender da situação, buscar fontes de renda alternativas.

Planejamento e reserva

Nunca foi tão necessário ter uma reserva de emergência. Quem poderia prever um estado de calamidade generalizado no mundo?

“Para aqueles que possuem a reserva de emergência constituída e que agora temem precisar acessar os recursos, é preciso lembrar que o objetivo deste recurso é a tranquilidade para os momentos difíceis e este de agora pode ser o momento ideal de utilizá-los sem peso na consciência. Mas sempre lembrando, este deverá ser o primeiro valor a ser reconstituído quando tudo isso passar. E passará”, diz Luciana.

Mas mesmo quem não tem esse colchão, o planejamento de cada passo de agora em diante pode atenuar as consequências desse momento devastador.

“Não tem como fugir do planejamento. Se antes dava pra viver no piloto automático, agora é impossível fazer isso”, afirma Mariana Congo, especialista em finanças pessoais da Magnetis, gestora de investimento que usa algoritmos para sugerir alocações.

Qualquer escolha de gastos deve ser pensada com muita cautela. Até os que possuem reserva de emergência equivalente a até 12 meses de despesas, que é o ideal, devem refletir antes de manter ou assumir novos compromissos financeiros.

“Quem tem reserva deve trabalhar com cenários bem conservadores de como vai gastá-la, com aperto maior porque tem muita incerteza envolvida no momento. Ninguém sabe até quando vai durar essa crise. Por isso, gastar o mínimo possível e fazer a reserva durar mais tempo”, completa Mariana.

A presidente da Grão, aplicativo de micro investimentos, Monica Saccarelli, aconselha priorizar as contas fixas mensais, os gastos com supermercado e a farmácia. Todo o resto pode ser repensado.

“Tenha em mente que os seus gastos precisam ser bem direcionados neste momento. Por isso, sente com sua família e defina com calma as prioridades para o próximo mês. Evite gastos desnecessários”, diz.

Dica: corte de gastos inteligente

O planejador financeiro pela Planejar, Janser Rojo, afirma que tem uma técnica simples que deixa o corte de gastos mais objetivo. O primeiro passo é dividir todos os gastos em três categorias:

Básicos: são aqueles que garantem sua sobrevivência: alimentação, luz, gás, aluguel. Fazem você não ter nada a mais, mas ter o mínimo para sobreviver.
De conforto: são aqueles que você até poderia ter uma opção mais barata, mas para seu conforto, resolve pagar mais caro. Exemplo: Poderia andar de transporte publico, mas escolhe ter um carro. Poderia ter TV aberta, mas tem TV a cabo. Pacote de celular mais completo, quando poderia ter o mais simples.
De luxo: são os que trazem alguma experiência a mais para a sua vida. Normalmente são feitos fora do horário comercial e tem caráter de lazer. Exemplo: cinema, teatro, jantar fora de casa.
Em segundo lugar, ele diz, você sempre deve começar cortando os gastos de luxo. Se não for o suficiente para caber na sua nova renda achatada, é hora de partir para os gastos de conforto. Depois que tiver feito a limpeza completa nessa categoria, vá para os gastos básicos, os últimos a entrarem na faca.

"Os de luxo são mais fáceis, os de conforto começam a se tornar uma tarefa mais difícil. Se precisa chegar no básico, é realmente doloroso. Nunca abra mão de negociar com fornecedores nesta hora", diz.

Por fim, o especialista afirma para sempre ter em mente que a situação é temporária. A dor de abrir mão de certas coisas não deverá ser eterna. Viva um momento de cada vez.

Mudança da rotina

O estado de quarentena muda os hábitos, por consequência, o modo e a quantidade que se consome. Por um lado, há contas que podem cair. Outras, no entanto, têm grandes chances de aumentar.

Contas que tendem a diminuir no isolamento:

Transporte (combustível, passagens, aplicativos)

Restaurantes

Lazer fora de casa (cinema, shopping, bares, parques)

Contas que tendem a aumentar no isolamento:

Supermercado

Energia

Água


Gás

“O principal é olhar os seus gastos, ver os essenciais e não essenciais. O padrão de gastos de todos mudou. Gasta-se menos com transporte, menos com alimentação fora de casa”, recomenda Mariana, da Magnetis.

Mas precisa ter cuidado para não substituir um gasto por outro, alerta. “Se não se planejar pode cair num buraco. Você pode não ter gastos com restaurantes, mas pode pedir comida. Essa conta cabe dentro do orçamento? Ou é melhor cozinhar em casa e gastar menos com isso?”.

“A adequação à rotina de isolamento social implica em mudanças de hábitos. A redução de pedidos de delivery de comidas prontas e o hábito de começar a preparar as refeições em família, com um cardápio planejado que evite desperdícios causados por compras em excesso, também pode contribuir de forma muito positiva para a saúde financeira”, complementa a planejadora financeira Luciana.

Isso também vale para as compras. Você está em casa, entediado, talvez até usando mais as redes e a internet. Chovem anúncios, promoções no meio do seu Instagram, na pesquisa do Google, no Twitter e até Youtube. Cuidado!

Então, se você se deixa levar, as compras de rua e shopping só mudam de endereço e vão para o comércio eletrônico. Mas será que são mesmo necessárias? É como bem colocou o colunista do Valor Investe, Hudson Bessa, nunca foi tão importante o questionamento: quero ou preciso?

Seja duplamente consciente

Nada mais apropriado para seu bolso e para o meio ambiente que tentar moderar o uso de água e luz. Desplugar eletrodomésticos da tomada quando não estão sendo usado, fazer banhos mais rápidos. Nada tão doloroso, mas que fará a diferença no fim do mês se for uma prática repetida no dia a dia.

Também evite estocar produtos. Pela lei da oferta e da procura, que funciona muito bem, quanto menos produtos houverem nas prateleiras maiores as chances de eles aumentarem de preço. Além do mais, você poderá estar fazendo gastos desnecessários que só vão desequilibrar um orçamento que já pode estar delicado.

Sem falar que comprar o desnecessário pode privar outra pessoa, que realmente precisa daquilo, de encontrar o produto. Não seja o vilão para você nem para o próximo.

Você não está sozinho: renegocie ou adie

Mesmo quem está com uma gorda reserva, continua empregado com salário integral pode ter perdido dinheiro. Os investidores tiveram grandes perdas de patrimônio com a queda da bolsa, da taxa de juros (que fez perder poder de compra), da rentabilidade dos fundos. Por isso, alguns objetivos financeiros ou sonhos talvez tenham que esperar mais tempo para acontecer. Como foi dito, ninguém escapou.

A viagem, a compra da casa, do carro, a reforma, o intercâmbio vão ter que esperar, naturalmente, pelas próprias circunstâncias de restrições de circulação de pessoas. Mas também para que você tenha tempo para se replanejar de acordo com o novo cenário.

"É hora de rever as prioridades. Vai ser sempre muito pessoal, o que houve com a renda, o quanto você precisa ajudar a família. É um momento único em que prioridades são revistas. As contas são para curtíssimo prazo, mas há objetivos que podem hibernar agora e voltar depois", diz Mariana, da Magnetis.

Lembre-se de que você não está sozinho e na economia, todos dependemos uns dos outros. Em princípio, ninguém teria interesse em prejudicá-lo, sobretudo agora, em que mais se precisa de flexibilidade e compreensão para que as coisas sigam girando.

"É uma situação que afeta todo mundo. Ela é sistemática. O governo está se mexendo, as empresas, as pessoas. Todo mundo está com disposição maior para lidar com esse assunto para que todos consigam ter o mínimo necessário. Por um lado é muito ruim e triste. Por outro, gera uma rede porque todos querem buscar um meio termo", afirma.

Por isso, negocie, antes mesmo de fazer grandes mudanças. Trocar as crianças de escola, num momento em que todas estão fechadas, pode não ser a melhor decisão. Tente conversar primeiro, postergar o pagamento, tentar um desconto, evitar uma multa.

O mesmo vale para aluguel. Coloque na conta também os custos para cancelar o contrato, contratar caminhão de mudança e até achar um lugar novo no meio dessa restrição toda. Talvez possa valer mais a pena para o proprietário do apartamento, adiar as parcelas do aluguel ou abaixá-las do que perder o inquilino e não saber quando vai encontrar outro.

Isso também vale para o psicólogo, o personal trainer ou algum outro profissional autônomo que dependa de você. É possível que seja melhor para eles reduzir ganhos que perder o cliente num momento de incertezas.

"O momento é de fazer um “check up” no orçamento pessoal e revisar todas as contas, linha a linha, verificando as oportunidades de cortes e reduções possíveis. Começar pelas contas recorrentes, verificando as que realmente fazem sentido de serem mantidas agora é o ideal", aponta a planejadora Luciana Ikedo.

Quais contas você pode rever ou tentar negociar?

TV por assinatura,
aplicativos,
assinaturas de conteúdos como revistas impressas ou on-line,
tarifas bancárias,
tarifas de cartões de crédito,
plano de consumo de celular
plano da academia
aluguel
dívidas com bancos
serviço de streaming
financiamentos
“É preciso avaliar alternativas mais baratas que façam sentido com o atual cenário e lembrar que à primeira vista são valores que podem até parecer baixos, mas, anualizando e multiplicando-se o valor mensal por doze, pode-se ter a real economia que está sendo feita”, diz Luciana.

No caso de contratações que já estão pagas ou estavam previstas no orçamento, como viagens ou eventos, o conselho da Monica da Grão, é tentar mantê-las e apenas adiar, para evitar multas e até ajudar os negócios contratados.

“Se você tem alguma viagem ou evento marcado para os próximos dias, não cancele. Adie! Converse e negocie com as empresas que precisam continuar com seus rendimentos neste momento e, assim, ajuda a economia a girar”, argumenta.

Empréstimos e financiamento
Luciana diz que, para os que possuem endividamento bancário parcelado como financiamento imobiliário, financiamento de veículos e crédito pessoal parcelado, e que estejam em dia, tudo indica que será possível adiar as parcelas.

“Os cinco principais bancos do país já anunciaram o adiamento, por 60 dias, dos pagamentos das parcelas, medida que pode representar um alívio no fluxo de caixa”, lembra.

Complemento de renda
Em cada pequeno gasto, desde uma balinha de hortelã, você paga impostos. Sem falar nas outras contribuições de pessoas e empresas ao governo. Agora é hora de usar benefícios a seu favor. Busque saber se você tem direito a algum tipo de auxílio.

“No caso dos profissionais informais, é interessante acionar a linha de apoio governamental, assim que estiver liberada e considerar a renda ajustada ao novo momento”, aconselha Luciana.
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